quarterback Cam Newton, jogador de futebol americano dos Carolina Panthers, anunciou o próximo passo no plano para ser “emocionalmente mais controlado em campo”: vai passar este mês em abstinência sexual.

“Espero que este público seja de adultos e parece que é”, testou o atleta no programa “The Late Late Show” de James Corden: “Não haverá clímax”, atirou por fim. A recuperar de uma lesão, Newton acredita que a falta de sexo “faz a minha mente ficar mais forte. Sinto que, quando voltar a jogar, se disser que fiz estas coisas irei sentir-me mentalmente mais forte”, explicou.

Esta é a mais recente mudança que Cam Newton está a introduzir aos planos de treino e alimentação. A recuperar de uma lesão no ombro que o impossibilitou de completar a época passada, o quarterback já se tinha tornado vegan — carne já não comia, mas agora também retirou o peixe da dieta — e tinha deixado de participar em jogos de apostas. Agora vai mais longe: de 1 a 31 de março não pode fazer sexo.

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Cam Newton não é o primeiro atleta a sugerir que a performance dentro de campo é prejudicada pela prática sexual. Em outubro do ano passado, Garry Cobb, ex-jogador de futebol americano, já tinha dito que a derrota dos Eagles frente aos Minnesota Vikings só tinha uma explicação: os atletas andavam a fazer demasiado sexo. “Acho que eles precisam entrar numa dieta. Não é de fast food. Os miúdos precisam de um corte das brincadeiras. Polui a mente deles, não conseguem pensar”, disse o atleta reformado num programa da FOX.

Mas não há indicações científicas de que essa relação seja válida. Laura Stefani, autora de uma investigação sobre o assunto noticiada pela Science Alert em 2016, disse que não encontrou sinais de que o sexo tenha consequências na performance em campo: “Abster-se de atividade sexual antes da competição atlética é um tema controverso no mundo do desporto. Mas não encontrámos evidências científicas robustas para indicar que a atividade sexual tem um efeito negativo sobre os resultados desportivos”.

No entanto, essa crença é muito antiga. Já nos tempos da Grécia Antiga o médico Areteu da Capadócia dizia que um atleta podia garantir melhores resultados físicos se “contivesse o sémen”. Antes, diz-se, o filósofo Platão costumava discutir com os atletas das Olimpíadas caso tivessem relações sexuais antes do evento. Hoje em dia, a ciência não consegue encontrar sinais desse efeito.