No recente Salão de Tóquio, a Honda apresentou uma moto curiosa. Não sob o ponto de vista estético, pois como modelo de motocross surge decalcada da popular CR 450R, com o monocilindro de 450 cc e 63 cv e um peso de apenas 102 kg, o que a converte num monstro capaz de saltar com elegância e devorar qualquer tipo de mau piso que se apresente pela frente. A novidade da Honda no certame japonês tinha a ver exclusivamente com a motorização, uma vez que em vez do depósito de gasolina estava uma bateria e, em vez do conjunto monocilindro/caixa de velocidades, surgia um motor eléctrico.

Denominada CR Electric, a nova moto da Honda herda tudo o que funcionou na perfeição, até agora, da CRF 450R. Porém, bem no seu centro surge um motor eléctrico, o necessário sistema de gestão eléctrica e a fundamental bateria, tudo concebido pela Mugen, um conhecido preparador da marca, independente, a quem o construtor, pouco à vontade com a tecnologia eléctrica, entregou o desenvolvimento da moto de cross movida a electricidade. De recordar que a Mugen desenvolveu as motos eléctricas Shiden que correm na Ilha de Man, onde atingem médias de quase 200 km/h.

Não há muitos dados sobre a CR Electric, mas facilmente a Mugen encontrou uma forma de montar um motor eléctrico com mais de 60 cv e muito mais força, no lugar do monicilindro original. Já o mesmo não podemos dizer sobre a troca da bateria pelo depósito de gasolina, com cerca de 10 litros, o que equivalerá a outros tantos quilogramas. As primeiras, mesmo para assegurar uma manga de somente 10 minutos, necessitariam de possuir um peso consideravelmente superior. E como o peso é assassino para as motos de cross, resta saber como a Mugen vai resolver o problema.

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Nova Scooter Benly, obviamente eléctrica

A outra novidade da Honda no salão japonês foi a versão eléctrica da Scooter Benly. Em vez do habitual motor eléctrico, com cerca de 110 cc, esta nova Benly recorre a um motor eléctrico para se mover.

Montando as mesmas baterias da scooter PCX Electric, a Benly usufrui dos mesmos acumuladores intercambiáveis, de forma a renovar a autonomia sem despender muito tempo ligada à corrente, à espera que recarreguem. Uma solução muito mais interessante para serviços de mobilidade urbana, que não possam estar horas à espera que a bateria esteja operacional, do que propriamente para clientes privados, que têm um maior controlo sobre as suas deslocações.

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