O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta terça-feira que o défice orçamental de 0,5%em 2018 “dá uma base de partida muito boa” para se chegar ao défice zero.

“É uma boa notícia em relação ao ano que passou e uma boa notícia para este ano, porque dá uma base de partida muito boa para se chegar a 0% ou à volta de 0%, que é a meta que no fundo todos desejamos”, referiu.

Marcelo sublinhou que, embora o Governo preveja um pouco mais, o défice zero “não é uma mania” mas sim “uma precaução”.

“Termos um défice zero não é uma mania, mas é uma prevenção, uma precaução num tempo que sabemos que pode ser de desaceleração do crescimento económico”, referiu.

O défice orçamental de 2018 ficou nos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 0,6% previstos pelo Governo, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Segundo a primeira notificação de 2018 relativa ao Procedimento por Défices Excessivos, remetida pelo INE ao Eurostat, o défice das Administrações Públicas atingiu 912,8 milhões de euros, o que correspondeu a 0,5% do PIB, abaixo do saldo negativo de 3% registado em 2017.

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“O défice das Administrações Públicas (AP) situou-se em 0,5% do PIB no ano acabado no 4.º trimestre de 2018, que compara com uma necessidade de financiamento de 0,2% do PIB no trimestre anterior. Este agravamento da necessidade de financiamento resultou da variação positiva de 2,4% na despesa total e de 1,7% na receita total das AP”, explica o INE.

0,5% é “resultado histórico e virtuoso”, diz Costa

O primeiro-ministro, António Costa, considerou a descida do défice para 0,5% um “resultado histórico e virtuoso” que, defendeu, “não resulta do corte na despesa nem do aumento dos impostos”, mas de uma “política que devolveu confiança”.

“Portugal reduziu o défice para 0,5% e a dívida para 121,5%. Um resultado histórico e virtuoso, que não resulta do corte na despesa nem do aumento dos impostos, mas do crescimento da economia, do emprego e da recuperação da credibilidade internacional que reduz a despesa com a dívida”, escreveu António Costa numa mensagem na rede social Twitter.

Segundo Costa, “esta redução resulta de uma política que devolveu confiança, através da melhoria do rendimento das famílias e o apoio ao investimento das empresas”.

“Agora estamos mais bem preparados para a conjuntura internacional e para continuar a reforçar o investimento público”, assinala.