Os agricultores do concelho de Pombal, no distrito de Leiria, exigem ao Governo apoios especiais para fazer face aos prejuízos causados por javalis e outros animais selvagens, anunciaram em comunicado.

A União de Agricultores do Distrito de Leiria disse hoje que vai reclamar junto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), do Ministério da Agricultura e do Governo apoios especiais por causa dos prejuízos provocados por javalis e outros animais selvagens.

Segundo refere a associação, há, pelo menos, cerca de meia centenas de agricultores lesados por ataques de javalis nas culturas agrícolas e florestais.

Numa reunião realizada esta quarta-feira, em Anços, freguesia de Redinha, no concelho de Pombal, os agricultores consideraram que, “nas atuais circunstâncias, a dimensão dos prejuízos já causados e o descontrolo que se verifica com as populações de animais, nomeadamente de javalis – que se transformaram numa autêntica ‘praga’ à solta – reclamam a intervenção urgente e indispensável do ICNF, do Ministério da Agricultura e do Governo – entidades com competências e meios que não podem pretender ‘lavar as mãos como Pilatos’ do problema”.

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Os agricultores exigem às referidas entidades que façam o “levantamento dos prejuízos causados à lavoura pelos animais selvagens, e por javalis em especial, para atribuição de indemnizações aos lesados”.

A associação pretende ainda o “controlo das populações de javalis em aspetos específicos da sua reprodução e mobilidade para, também assim, se obter a redução significativa do número de animais”.

O comunicado alerta ainda para o “controlo sistemático do número de animais e do estado sanitário dos javalis” que deve ser efetuado, “para prevenir epidemias como a tuberculose e a peste suína africana que podem constituir um desastre sanitário e económico no setor da suinicultura regional e nacional, para lá de também ameaçarem a saúde pública”.

A associação revela que “muitos pequenos e médios agricultores estão já a deixar de (tentar) produzir, sobretudo as suas sementeiras de cereais (milho) e de hortícolas, bem como culturas permanentes como vinhas, olivais e pomares novos”.

Também a floresta nova, referem, está “destruída pelos animais”.

“Caso não cheguem depressa respostas favoráveis às justas reclamações, os agricultores afetados não vão desistir de lutar pelos seus direitos e interesses muito legítimos”, acrescenta a mesma nota.