Cerca de 40 crianças morreram desde março de 2018, quando começaram os protestos em Gaza ao longo da fronteira com Israel e que resultaram em confrontos com o Exército israelita, informou esta quinta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Desde 30 de março de 2018, as manifestações contra o bloqueio israelita, chamadas de “Grande Marcha de Retorno”, são organizadas todas as sextas-feiras em Gaza, perto da barreira (na fronteira cm Israel) fortemente guardada pelo exército israelita.
Os manifestantes palestinianos protestam contra o bloqueio israelita e pelo retorno de refugiados palestinianos expulsos ou que deixaram as suas terras quando houve a criação do Estado de Israel em 1948.
Durante os últimos doze meses, cerca de 40 crianças foram mortas durante as manifestações”, disse Geert Cappelaere, diretor regional da UNICEF para o Médio Oriente e Norte de África, de acordo com um comunicado da organização ONU.
“Segundo as autoridades, cerca de três mil pessoas foram hospitalizadas por ferimentos, muitos dos quais provocaram situações de invalidez para toda a vida“, acrescentou Cappelaere, num balanço a dois dias do primeiro aniversário que assinala as manifestações.
Pelo menos 258 palestinianos, ao todo, foram mortos por fogo israelita desde 30 de março de 2018, a grande maioria em manifestações ao longo da fronteira com Israel e outros em ataques israelitas em retaliação a atos de agressão provenientes de Gaza.
Dois soldados israelitas foram mortos desde março de 2018. O exército israelita alega estar apenas a defender a sua fronteira e o seu território.
“A UNICEF reitera a sua indignação com o grande número de crianças mortas e feridas” num ano, como resultado do conflito armado entre Israel e os palestinianos, disse Cappelaere.
Além das tensões perto da fronteira entre Israel e Gaza, a região tem apresentado uma escalada de violência nos últimos meses.
O episódio mais recente aconteceu há alguns dias, após o disparo de um foguete de Gaza, que destruiu uma casa norte de Telavive e fez sete feridos leves, incluindo três crianças.
A calma voltou a Gaza e nos arredores das localidades israelitas desde a quarta-feira. “Lembramos a todas as partes a responsabilidade de sempre dar prioridade à proteção da vida, saúde e bem-estar das crianças”, disse Cappelaere.