O governo venezuelano prolongou por 24 horas a suspensão de atividades laborais e escolares que vigora desde a última segunda-feira, dia em que um novo apagão tem deixado a Venezuela parcialmente às escuras.
No esforço intenso para recuperar o Sistema Elétrico Nacional (SEN, venezuelano), que sofreu o mais grave ataque terrorista da história da Venezuela, o governo bolivariano decidiu suspender as atividades laborais e educativas amanhã [quinta-feira]” anunciou o ministro de Comunicação e Informação venezuelano, através da sua conta no Twitter, na noite de quarta-feira.
Jorge Rodríguez conclui a mensagem sentenciando: “nós venceremos!”.
#VenezuelaLuchaPorLaPaz En este esfuerzo intenso de recuperación del Sist Elec Nacional, que sufrió el más grave ataque terrorista de la historia de Venezuela, el Gob bolivariano ha decidido suspender las actividades laborales y educativas mañana jueves 28. Nosotros Venceremos!
— Jorge Rodríguez (@jorgerpsuv) March 28, 2019
No passado dia 7 de março uma falha na barragem de El Guri (a principal do país) deixou a Venezuela às escuras durante uma semana.
No entanto um novo apagão, que começou pelas 11h00 locais (15h00 em Lisboa) de segunda-feira, em várias zonas do sudoeste de Caracas, estendeu-se a outras zonas, sendo que duas horas mais tarde a cidade ficou toda às escuras, constatou a agência Lusa.
Em comunicado, o governo venezuelano explicou que na segunda-feira o Sistema Elétrico Venezuelano (SEV) foi alvo de dois ataques terroristas, um deles um incêndio na barragem de El Guri, a principal do país.
Fontes não oficiais dão conta de que em alguns Estados o serviço elétrico foi restituído em quase 30%, mas que está intermitente e oscilando em voltagem.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes e prolongadas as falhas de fornecimento de eletricidade, chegando a afetar a totalidade do território.
O governo atribui as falhas a atos de sabotagem de opositores apoiados pelo Estados Unidos, enquanto que a oposição acusa o regime de não fazer os investimentos necessários no setor e tem denunciado, desde há vários anos, falhas na manutenção e ausência de peças de reparação.
Desde 2005 que engenheiros elétricos alertam que o país poderia registar um apagão geral devido às condições precárias do sistema.
Em maio de 2013, após um após que afetou vários Estados do país, o então ministro de Energia Elétrica da Venezuela, Jesse Chacón, anunciou que o Presidente Nicolás Maduro ordenou o desdobramento de militares nas centrais elétricas e de transmissão no país.
Entretanto, segundo a imprensa local, devido à crise política, económica e social, centenas de empregados da Corporação Elétrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) abandonaram o país à procura de melhores condições no estrangeiro.