O ministro da Justiça norueguês, Tor Mikkel Wara, demitiu-se esta quinta-feira após os serviços secretos terem consolidado as acusações contra a sua mulher, suspeita da autoria de ataques contra ele e de procurar fazer crer que eram atentados.

“Há alguém que precisa de mim mais do que o Governo… a minha família”, realçou Mikkel Wara, em conferência de imprensa.

O ministro acrescentou que a decisão foi exclusivamente sua e que foram dias “duros” para a sua família.

Recentemente, Mikkel Wara, vítima de vários incidentes nos últimos meses sob a forma de provocações e ameaças, tinha anunciado a suspensão por tempo indeterminado das suas funções, enquanto decorria o inquérito em que a companheira é suspeita de ter ateado fogo ao seu carro.

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De acordo com o Serviço de Segurança da Polícia da Noruega (PST), Laila Bertheussen, a companheira de Mikkel Wara, foi detida para interrogatório em oito crimes que visam o ministro da Justiça, desde dezembro.

O incêndio ao carro, uma carta anónima em tom ameaçador dirigida a Wara, um contentor do lixo em chamas no exterior da casa de Wara e uma fachada vandalizada onde Bertheussen pintou a palavra “racista” e uma suástica são alguns dos ataques que o PST indicou.

“Trata-se de um caso muito sério que preferia ter evitado”, salientou a primeira-ministra, Erna Solberg, em conferência de imprensa, que se mostrou “triste” pela situação e agradeceu ao ministro pelo seu trabalho.

Segundo a agência de notícias Efe, o ministro dos Transportes, Jon Georg Dale, desempenhará, provisoriamente, as funções de Wara.

Tor Mikkel Wara, que integra o xenófobo Partido do progresso, assumiu o cargo há um ano para substituir Sylvi Listhaug, que se tinha demitido devido a um polémico ataque nas redes sociais ao Partido Trabalhista da oposição.