“Se tudo estiver bem com a luz, estas são as estreias nos cinemas da Venezuela”. Este era o título de sábado de um conhecido portal venezuelano que anunciava a estreia dos filmes “Regressa a mim”, “Sombras mortais” e “Dumbo”. Um novo apagão, o terceiro de grande impacto em março, voltou a afetar na sexta-feira pelo menos 15 dos 24 Estados da Venezuela, noticiaram rádios locais e informaram utilizares da rede social Twitter.
O novo apagão ocorreu pouco depois das 19h00 locais de sexta-feira (23h00 horas em Lisboa) e, além do Distrito Capital, mantém às escuras os Estados de Arágua, Lara, Zúlia, Carabobo, Anzoátegui, Vargas, Monágas, Portuguesa, Nova Esparta, Miranda, Sucre, Cojedes, Yaracuy e Barinas.
Para já não há informação oficial sobre o que originou o apagão. Durante as cada vez mais frequentes interrupções no abastecimento de eletricidade, os venezuelanos recorrem ao Twitter, uma rede social, através da qual informam sobre as zonas de cada Estado que estão às escuras, apesar de as comunicações se tornarem difíceis.
“A maior falha de eletricidade na história da Venezuela”: as imagens de um apagão que durou 20 horas
As falhas de energia têm, inclusivamente, influenciado a forma como os jornais anunciam as atividades culturais e recreativas, e até os novos filmes. No passado dia 7 de março, uma falha na barragem de El Guri (a principal do país) deixou a Venezuela às escuras durante uma semana.
Na última segunda-feira, ocorreu um novo apagão que afetou pelo menos 18 dos 24 Estados da Venezuela, incluindo Caracas, que estiveram às escuras, total ou parcialmente, pelo menos durante 72 horas.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes e prolongadas as falhas no fornecimento de eletricidade, passando de pequenos a grandes apagões que chegam a afetar a totalidade do território.
O Governo atribui as falhas a atos de sabotagem de opositores apoiados pelo Estados Unidos, enquanto que a oposição acusa o regime de não fazer os investimentos necessários no setor e tem denunciado, desde há vários anos, falhas na manutenção e ausência de peças de reparação.
Desde 2005 que engenheiros elétricos alertam que o país poderia registar um apagão geral devido às condições precárias do sistema.
Segundo a imprensa local, devido à crise política, económica e social, centenas de empregados da Corporação Elétrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) abandonaram o país à procura de melhores condições no estrangeiro.