É a primeira vez que o autarca do Porto recebe membros do novo partido no Paços de Concelho, naquela que é a “reunião de apresentação de cumprimentos por parte dos órgãos distritais do Aliança e simultaneamente da número dois da lista para as eleições europeias, que é candidata pelo Porto”, Maria João Moreira. Sobre o assumir do apoio de Rui Moreira ao Aliança, Luís Artur Pereira, membro da comissão distrital do Porto, que acompanhou Maria João Moreira nesta apresentação, responde pela candidata, em declarações ao Observador: “O apoio da Câmara Municipal não, o apoio do cidadão Rui Moreira com certeza que sim”.

O antigo líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal do Porto, acrescentou que a reunião teve como objetivo “falar das ideias da Aliança para o Parlamento Europeu e sobre política nacional”. “Há muita coisa que o Dr. Rui Moreira tem feito como presidente da Câmara em que o Aliança se revê e obviamente nós temos propostas para o país que também apresentaremos ao presidente.”

Luís Artur Pereira explica que se trata de “uma apresentação formal que normalmente todos os partidos fazem”. “O Aliança está a fazê-lo pela primeira vez, pois é um partido novo, porque é absolutamente fundamental o contacto com as forças vivas da cidade, neste caso representadas pelo presidente da Câmara Municipal.”

À chegada ao edifício da Câmara Municipal do Porto, Maria João Moreira falou em “coincidência” e rejeitou nepotismos. “Há esta coincidência de ser irmã. Eu sei que isto é um tema de hoje em dia, quando se fala do nepotismo, mas neste caso não tem nada a ver, é uma coincidência. Quando se vive num ambiente em que se gosta de política, se discute política, a vida pública e os interesses nacionais é normal que existam vários elementos da mesma família que tenham interesse por essas matérias.”

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Numa altura em que as ligações familiares na política são tema de discussão, Maria João Moreira não tem medo de “represálias” ou dos “comentários”. “Nós sabemos que estamos sempre sujeitos a isso. Mal seria que os cidadãos deixem de desempenhar qualquer função, de concorrer a qualquer cargo ou de tentar ter algum tipo de interferência na vida pública por medo das represálias. Elas existirão. Quando se fala de política, sabe-se que se está sujeito a uma data de represálias e comentários, mas temos de estar preparados para eles. Mal seria se ficássemos todos reféns desse tipo de situação.

A empresária de 52 anos garante que o facto de ser irmã de Moreira “não pode ser uma condicionante”. “Sei que vou ter que lidar com isso, mas não pode de maneira nenhuma condicionar os cidadãos, porque senão o país não muda. Se estamos todos com medo de assumir qualquer posição, nada irá mudar.”

Após a reunião no Paços do Concelho, Maria João Moreira irá almoça no Bolhão com Rui Moreira, reservando a tarde para uma arruada na Rua de Santa Catarina.