O helicóptero de combate a incêndios que se despenhou em agosto de 2015 na zona de Arcos de Valdevez estava a tentar apanhar dois alegados incendiários, revelou o relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAAF), divulgado esta semana.

A aeronave despenhou-se ao final da manhã de 8 de agosto quando, ao regressar ao Centro de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez depois de completar uma missão, os cinco militares da GNR que seguiam a bordo avistaram “dois homens” que lhes pareceram ser os responsáveis pelo fogo que consumia uma encosta perto da localidade de Lugar do Côto. Depois de uma “rápida conversa” com os passageiros, o piloto decidiu aterrar o helicóptero e tentar perseguir os suspeitos.

“Na manobra de aproximação e aterragem, o piloto perdeu o controlo da aeronave, embatendo com intensidade no solo e causando danos estruturais significativos à aeronave”, refere o relatório do GPIAAF. “Não teve em consideração o facto de estar a aterrar na região de sotavento da montanha, que estaria a ser afetada por vento turbulento e rajadas descendentes.” Apesar dos estragos provocados no helicóptero Eurocopter AS 350 B3, apenas dois dos tripulantes — o piloto e o chefe da brigada do GIPS — sofreram ferimentos ligeiros.

Para o GPIAAF, foi “a ineficaz ou inexistente análise de risco por parte do piloto na execução da manobra de aproximação e aterragem não planeada” que provocou o acidente, para o qual contribuiu também a fadiga do militar. O piloto, que na altura tinha 30 anos e 1.203 horas de voo no currículo, estava a trabalhar há oito horas, “seis delas como tempo de voo efetivo, não tendo feito paragem no período de almoço às 13h30, como previsto, dado que, após aterrar, teve indicações para descolar novamente para uma nova missão”.

“A reduzida performance do piloto é consistente com os efeitos de fadiga, limitando a habilidade deste para realizar uma análise adequada dos riscos”, pode ler-se no relatório do organismo.

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