Depois da morte do designer alemão Kar Lagerfeld, várias incógnitas ficaram de imediato a pairar. Algumas mais frívolas, que apontavam a sua gata de estimação como herdeira dos muitos milhões deixados, outras mais decisivas, nomeadamente sobre o destino reservado às marcas a que o criador estava associado. E se em pouco tempo a maison Chanel, ao leme da qual Lagerfeld esteve 30 anos, anunciava que Virginie Viard, até então seu braço direito, assumiria a direção criativa, outras respostas ficavam por apurar nesta fase de transição, depois da notícia do seu desaparecimento, em 19 de fevereiro.

Uma delas envolvia os próximos passos em relação à marca própria de Karl Lagerfeld, tendo ficado hoje desfeito o mistério. Carine Roitfeld é a senhora que se segue na função de consultora de estilo para os próximos três anos, uma missão que ganhará forma já na próxima coleção primavera-verão 2020. A confirmação foi dada esta terça-feira pela marca através das suas redes sociais, destacando uma imagem em que Roitfeld surge a olhar para a câmara, abraçada a Lagerfeld, seu amigo de longa data e com quem assinou diferentes parcerias. Será sua missão “homenagear a visão criativa de Karl e recuperá-la através de coleções contemporâneas e inovadoras”. A marca recorda ainda que Hun Kim, nomeado pelo próprio Lagerfeld há anos, manter-se-á à cabeça das equipas de design, enquanto Carine trará uma perspetiva mais fresca e disruptiva.

Para o universo da moda, Roitfeld é uma exuberante ave perfeitamente enquadrada no bando, uma das mais destacadas e influentes, aliás, que dispensa grandes apresentações. Com 1,5 milhões de seguidores no Instagram, a parisiense de 64 anos estreou-se aos 18 como manequim, foi redatora e stylist da Elle francesa, e mais tarde editora chefe da Vogue Paris, cargo que desempenhou entre 2001 e 2011 (quando cedeu o lugar a Emmanuelle Alt, outro ícone de estilo da praça) para se poder dedicar a projetos em nome pessoal. Atento à sua forma invejável, Telegraph explora por estes dias a receita da “sexy” Roitfeld, que chegada a esta idade prefere os vodkas ao exercício físico e recusa toyboys.

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Entre lágrimas e neve, a Chanel despediu-se de Karl Lagerfeld

Consultora e musa de Tom Ford para a Gucci ou para a Yves-Saint Laurent, associou ainda a sua imagem a etiquetas como a Missoni, Versace ou Calvin Klein. Na qualidade de stylist freelancer, deixou a sua marca nas coleções de outono 2011 e primavera 2012 da Chanel, e concebeu uma montra da célebre Barneys em Nova Iorque.

Em 2011, a Rizzoli editava a obra me grande formato “Irreverent” e dois anos mais tarde surgia todo um documentário, “Mademoiselle C”, que compilava o lançamento da sua revista, a CR. Pelo meio, ainda em 2012, juntava-se a Karl na edição de “The Little Black Jacket: Chanel’s Classic Revisited”, para mais um encontro de afinidades estéticas e criativas.