O FC Porto qualificou-se para a final da Taça de Portugal, mas o portista Danilo culpou os jogadores por não terem conseguido transmitir para campo as ideias de Sérgio Conceição no empate (1-1) com o Sp. Braga. Minutos antes, era o bracarense Paulinho que dava os parabéns aos colegas de equipa por lutarem até ao fim e honrarem a equipa.

Os jogadores anteciparam o que viriam a dizer os treinadores de ambas as equipas. Sérgio Conceição, pelo FC Porto, mostrou-se “desapontado”. Abel Ferreira, do Sp. Braga, “com a consciência de que” os jogadores fizeram “tudo”. Abel Ferreira, aliás, está tão confiante no crescimento dos bracarenses “a cada dia” que já deixou um desafio: “Quero desforra no próximo ano”.

Sérgio Conceição não viu um Sp. Braga superior, mas viu um FC Porto “pouco agressivo, com passividade e dificuldade em ter bola”, que o deixou “frustrado e desiludido”: “Não foi dos nossos jogos mais bem conseguidos. Passeamos a camisola do FC Porto pelo campo e não gostei”.

FC Porto empata com o Sp. Braga e está na final da Taça de Portugal (1-1)

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Mas o problema, para o treinador, não estava na tática de jogo: “Se estou satisfeito? Não estou. Se podíamos ter feito mais com o onze inicial que escolhi? Claro que sim”. Sérgio Conceição reforçou que o problema foi a forma como os jogadores encararam o duelo: “Não tem a ver com estratégia, é mentalidade. Quem está no FC Porto tem de perceber que para além da qualidade como jogador tem de ter mentalidade. Até agora mostraram isso. Hoje fiquei desapontado”.

Tão extrema era a irritação de Sérgio Conceição com a equipa que “se pudesse ao intervalo tinha tirado 7 ou 8 jogadores“, novamente, não para alterar a equipa “em termos estratégicos”, nem “em termos táticos”, mas porque “a mentalidade é que tinha de ser outra”. A equipa perdia, na altura, por 1-0.

“Eu compreendo, porque fui jogador: quando se está a ganhar 3-0, há mudanças na equipa, e se está a 90 minutos de uma final é normal que isto aconteça”, admitiu, mantendo que mesmo assim espera mais da sua equipa.

Vídeos. Como o VAR anulou um golo ao Sp. Braga e os outros casos do empate do jogo com o FC Porto

O treinador do Sp. Braga, de resto, valorizou “o caráter dos jogadores e a qualidade da equipa”, que foi capaz de se adaptar a um novo sistema de jogo para defrontar o FC Porto: “Esta equipa joga em qualquer sistema que eu peça. Eles interpretam-no porque percebem o jogo, sabem ler o jogo, os espaços e o tempo. E compreendem que cada jogo é único e irrepetível”.

Sérgio, o diplomata sem experiência mas com especialidade em relações externas (a crónica do Sp. Braga-FC Porto)

Abel Ferreira não tem dúvidas de que os portistas foram melhoras na primeira-mão (vitória do FC Porto 3-0) mas que o cenário não se repetiu no empate desta terça-feira: “Hoje fomos melhores perante um grande adversário. O que ditou aqui a diferença foi a finalização. Mas no fim o que fica é o resultado e nós não fomos eficazes”.

O confronto deve servir mesmo de lição para o plantel de Abel Ferreira: “O que vou exigir os jogadores é esta atitude e esta qualidade de jogo em todos os jogos. Por mim jogava todos os fins de semana com os melhores, porque nos metem à prova”.

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Felipe foi expulso, pelo FC Porto, e o primeiro golo do Sp. Braga foi anulado pelo VAR, mas nenhum dos treinadores quis comentar a arbitragem. “Ficou a ideia de que fizemos um grande jogo, de que crescemos a cada dia que passa, de que este é o caminho que o Braga tem de fazer para continuar a crescer”, respondeu Abel Ferreira, questionado sobre a intervenção do árbitro.

Tanto Abel Ferreira como Sérgio Conceição foram castigados pela Federação Portuguesa de Futebol após a última partida entre as duas equipas (vitória do FC Porto por 3-2, para o campeonato, a 30 de março). Abel Ferreira pagou uma multa enquanto Sérgio Conceição foi mesmo suspenso durante 8 dias por insultar um adepto.

“Aqui no estádio eu entendo os insultos. Não estamos no coro da igreja. Estamos num ambiente de paixão e emoções à flor da pele”, comentou Sérgio Conceição, continuado: “O que eu não entendo são oito dias de castigo, insultos de pessoas com grande responsabilidade na sociedade portuguesa, e as coisas que se estão a passar neste momento para desestabilizar o FC Porto“.

Em relação às trocas de palavras entre os treinadores na antevisão ao jogo, Sérgio Conceição disse que não existiam problemas: “Está sempre tudo esclarecido. O que eu disse na conferencia foi o que senti e como vejo as coisas”. Abel Ferreira também garantiu uma boa relação: “Revejo-me na garra e mentalidade do Sérgio. Os elogios que ele me fez foram sinceros. Os que eu lhe fiz foram iguais.