A Polícia de Segurança Pública e a Guardia Civil espanhola vão passar a realizar regulamente operações policiais conjuntas nas zonas de fronteira para controlar armas, munições e explosivos, segundo um protocolo assinado esta terça-feira entre as duas forças de segurança.

A PSP e a Guardia Civil espanhola assinaram um memorando de entendimento sobre armas e explosivos que tem entre os objetivos a prevenção do terrorismo e da criminalidade organizada. O diretor do Departamento de Armas e Explosivos da PSP, Pedro Moura, explicou aos jornalistas que a questão “mais visível” deste memorando são as operações policiais conjuntas que se vão realizar nas zonas de fronteira para “o controlo administrativo de armas, munições e explosivos”.

As polícias portuguesa e espanhola já realizaram duas operações policiais em 2016 e 2017 na zona de Elvas/Badajoz e Caminha/Tui. Com este memorando, afirmou, as operações vão passar a ser regulares e permitir que se realizem, pelo menos, uma vez por ano.

Há necessidade de aumentar o controlo dessas fronteiras na perspetiva da criminalidade organizada e do terrorismo, sabendo que, quer grupos criminosos, quer terroristas, utilizam armas ou produtos explosivos ou percussores de produtos explosivos para fazerem as bombas”, disse.

Pedro Moura sublinhou que “é um fator de preocupação” a questão do terrorismo e da criminalidade organizada na fronteira entre Portugal e Espanha. “A questão que a PSP coloca na parte da prevenção do terrorismo é fundamental nos dias de hoje”, disse.

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Segundo o Departamento de Armas e Explosivos, o movimento de armas existente neste momento entre as fronteiras de Portugal e Espanha “é maioritariamente legal” e feito entre caçadores dos dois países titulares de licenças. No entanto, chamou a atenção para armas que podem circular entre os dois países, como é o caso de armas de alarme, fabricadas na Turquia, e que são “neste momento uma ameaça na Europa”.

Pedro Moura disse também que este memorando vai permitir uma cooperação ao nível da formação dos elementos da PSP e da Guardia Civil espanhola. “Este memorando vai institucionalizar uma prática que a PSP e a Guardia Civil vêm fazendo nos últimos anos frutos das competências que ambas as forças de segurança têm nos seus país, que é o controlo de armas, munições e explosivos”, disse ainda.

A PSP detém em Portugal a competência para fiscalizar, controlar e licenciar as armas e explosivos, matéria que é seguida em Espanha pela Guardia Civil.