Os restos mortais do ditador italiano Benito Mussolini estão na cripta da família na cidade de Predappio, onde ‘Il Duce’ nasceu. A cidade, com pouco mais de 6 mil habitantes, regista três dias de grande afluência: o dia do nascimento de Mussolini, o dia da morte e o dia da marcha sobre Roma. Acontece que, este ano, o dia de aniversário de Mussolini, 28 de abril, vai ser passado com a cripta fechada. A decisão da família surpreendeu os que se têm deslocado à cidade, mas uma das netas garante a reabertura do espaço.

Há um ano a família de Mussolini encerrou a cripta para obras e ainda não a reabriu. Atualmente o local onde está o túmulo do ditador e de outros familiares tem o acesso vedado por um cadeado, o que tem gerado críticas entre os empresários locais, segundo revela o El País. Numa cidade pequena, o turismo à volta da figura de Benito Mussolini tem sido o sustento dos pequenos negócios locais e a decisão da família tem estado a provocar perdas.

A população local diz que o encerramento da cripta apenas se mantém por causa das eleições locais, com a família a continuar a fechar o acesso ao túmulo para pressionar o presidente da autarquia de Predappio — que pertence a um partido de centro-esquerda. Outra das teses dá conta de que a família se prepara para começar a cobrar as entradas na cripta.

Uma das netas do ditador, Edda Negri Mussolini, negou ao El País que as entradas passem a ser cobradas, mas referiu os custos que a família tem anualmente. “Fizemos obras e entretanto o guarda morreu”, explicou a neta de Mussolini, acrescentando que “a família está a procurar resolver a situação da melhor maneira” e garantindo que a cripta será “reaberta, mas deve ser capaz de se autofinanciar”. O prazo continua sem ser conhecido mas Edda Mussolini aponta para “daqui a alguns meses”.

O presidente da Câmara de Predappio, Giorgio Frassineti, confirmou ao jornal espanhol acreditar que o encerramento do local é uma pressão para as eleições. Frassioneti é presidente da autarquia desde 2009, ano que a cidade proibiu a venda de recordações fascistas. Este ano o atual presidente não se pode recandidatar e a Liga — o partido de Salvini, o vice-Primeiro-Ministro italiano –, está à espreita para conquistar as eleições locais.

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