A Heptasense, uma empresa portuguesa que desenvolve soluções de reconhecimento do comportamento humano, foi uma das 29 selecionadas para entrar no Data Pitch, um projeto europeu de aceleração de startups vindas de todo o mundo que desenvolve vários desafios relacionados com o uso de dados.

Este ano, os desafios que vão ser colocados às empresas selecionadas estão inseridos na área da farmacêutica, indústria automóvel, mobilidade, energia, finanças, telecomunicações e privacidade. É dentro destas áreas que cada startup vai ter um desafio específico. Alguns deles, refere a empresa em comunicado, foram propostos por grupos como a Konica-Minolta, a Altice ou o grupo José de Mello Saúde, responsável pelos hospitais CUF.

No caso da Heptasense, a empresa desenvolveu um software de reconhecimento tridimensional de gestos através de uma plataforma de inteligência artificial, com o objetivo de ajudar a reduzir os acidentes rodoviários “ou a gerar alertas para equipas de socorro em tempo real”, refere a nota enviada pela empresa. Para isso, a startup está já a trabalhar em fábricas da Mercedes.

A solução desenvolvida pela Heptasense retira também informações das câmaras de vigilância de trânsito e integra dados de meteorologia, histórico de acidentes e GPS, com o objetivo de “prever e antecipar padrões, de forma a que as equipas de socorro no terreno possam estar o melhor preparadas possível”.

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Esta é uma fantástica oportunidade para construir uma plataforma de colaboração entre startups e empresas que cubra toda a Europa. As startups vão ter a oportunidade de aceder a enormes blocos de dados, provenientes de algumas das maiores empresas europeias, de forma a tentar resolver desafios previamente identificados, recorrendo ao desenvolvimento de novos produtos e serviços”, referiu Ricardo Marvão, fundador da Beta-i, a entidade responsável pela coordenação do Data Pitch.

O Data Pitch selecionou as 29 novas startups esta semana num evento que se realizou no Google Campus, em Londres. Este grupo de empresas vai receber “100 mil euros de financiamento a fundo perdido (sem qualquer tomada de capital), mentoria de especialistas, oportunidades de investimento, bem como acesso a dados gerados por várias grandes empresas e pelo setor público”, num programa que tem seis meses de duração”. Ao todo, já são 47 as empresas neste projeto.

Além da coordenação do Beta-i, o programa é também organizado em conjunto com a Universidade de Southampton, o Open Data Institute e a plataforma francesa de dados Dawex e será financiado pelo programa Horizonte 2020, da União Europeia. “Este acelerador Europeu congrega um vasto e diverso lote de indústrias, a trabalhar de forma envolvente e colaborativa, e nós vemos esta oportunidade como uma hipótese para recorrer à nossa experiência, enquanto expandimos o nosso know-how e metodologias”, acrescentou Ricardo Marvão.