Numa altura em que todos os construtores vêem o tempo a diminuir para que atinjam as novas metas em termos de emissões, ao mesmo tempo que vêem os custos a aumentar com o necessário investimento na electrificação das suas gamas, tornam-se cada vez mais comuns as parcerias. Enquanto Mercedes e BMW discutem uma eventual cooperação para o desenvolvimento conjunto de uma plataforma que possa servir os eléctricos de ambas as marcas, a Volkswagen já veio a público garantir que coloca a arquitectura que desenvolveu especificamente para este efeito (MEB) ao dispor de outros construtores, tudo indicando que a Ford está cliente. Sabe-se agora que a PSA e a FCA estão também dispostas a seguir o caminho da aliança.

Segundo a Bloomberg, o grupo francês e o conglomerado italo-americano já terão encetado conversações com vista a uma parceria nos eléctricos. A notícia surge depois de ser público que a PSA estaria interessada em reforçar a sua posição por via de fusões ou aquisições, tendo então sido apontada a FCA como uma das hipóteses em cima da mesa.

Ao que revelaram fontes ligadas aos grupos envolvidos, as conversações já se iniciaram, mas visando exclusivamente uma aliança no domínio da mobilidade eléctrica. A intenção será baixar os custos de desenvolvimento da tecnologia, poupando simultaneamente no efeito “escala” aportado pela partilha de componentes. Objectivo esse que passará pelo desenvolvimento conjunto de uma “super plataforma”.

À medida de cada um. Eléctrico da Fiat é um “mimo”

Recorde-se que a FCA ainda não possui qualquer modelo 100% eléctrico “moderno” na sua gama, embora tenha anunciado o 500 eléctrico na próxima edição do Salão de Genebra e já tenha apresentado aquele que promete ser “o BEV mais acessível do mercado”, antecipado pelo protótipo Centoventi. Enquanto isso, a PSA prepara-se para lançar no mercado, no final deste ano, o seu primeiro EV de nova geração, o DS 3 Crossback E-Tense, cuja plataforma servirá também para montar o novo Opel Corsa eléctrico e o Peugeot 208. Contudo, a e-CMP – assim se denomina a plataforma em causa – não foi projectada de raiz para acolher packs de baterias, mais não sendo do que uma adaptação da CMP. Esta opção baixou os custos de desenvolvimento, mas pode comprometer a competitividade dos eléctricos.

Esperam-se novidades em relação às negociações em curso até ao final deste semestre.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR