O genro de Donald Trump, Jared Kushner, que é também um dos conselheiros mais próximos do Presidente dos EUA, é uma das pessoas a quem foi retirada e posteriormente devolvida a autorização de segurança que permite a um grupo restrito de pessoas na Casa Branca ter acesso a documentos e reuniões que tratam de informações secretas.

A notícia é do Washington Post, que cita fontes próximas do processo e também depoimentos registados no Comité de Controlo da Câmara dos Representantes, que tem por missão fiscalizar a ação da Casa Branca.

O tema do acesso, ou falta dele, de Jared Kushner a informações secretas voltou ao topo da agenda política norte-americana depois de ter sido noticiado que Tricia Newbold, uma funcionária de longa data da equipa de segurança da Casa Branca, onde trabalha desde 2000.

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Em depoimento ao Comité de Controlo da Câmara dos Representantes, a 1 de abril, Tricia Newbold revelou que 25 pessoas tiveram direito a informações relativas à segurança nacional dos EUA apesar de haver em torno de cada uma delas preocupações quanto à sua capacidade para terem esse acesso.

Entre as questões que levam a que essas preocupações sejam levantadas, estão a ligação a agentes estrageiros, possíveis conflitos de interesse, conduta criminosa, ter problemas financeiros ou consumo de drogas.

De acordo com o Washington Post, Jared Kushner é a pessoa que, nos documentos elaborados para registar o testemunho de Tricia Newbold, era até agora descrita como “Alto Funcionário da Casa Branca 1”.

A decisão de determinar que Jared Kushner tinha “demasiados fatores que o desqualificam” para ter acesso a informações secretas partiu da equipa da qual Tricia Newbold faz parte. Porém, mais à frente, o líder daquela equipa, Carl Kline, que foi nomeado por Donald Trump para o cargo, desautorizou aquela avaliação e concedeu a Jared Kushner a permissão dá acesso àquele tipo de informações.

Em entrevista à Fox News, Jared Kushner negou quaisquer suspeitas. Apesar de ter recusado comentar o caso em específico, ainda assim disse: “Ao longo dos dois anos que aqui tenho estado, tenho sido acusado de muitas coisas e todas essas coisas acabaram por ser falsas”. “Temos tido acusações loucas, como a de que tínhamos estado em conluio com a Rússia”, acrescentou.

Ainda antes do depoimento de Tricia Newbold na Câmara dos Representantes, Donald Trump já tinha falado sobre este tema, negando ter estado envolvido no processo de restituição da autorização para o seu genro ter acesso a informações secretas. “Na verdade, sei que houve problemas para a frente e para trás com a [autorização de] segurança de várias pessoas. Mas não me quero envolver nisso”, disse.

Porém, no final de fevereiro, o The New York Times desmentiu a afirmação do Presidente, garantindo que ele esteve envolvido nesse processo. A notícia foi escrita com base em dois memorandos internos da Casa Branca, um dos quais foi escrito pelo ex-chefe de gabinete John F. Kelly, quando ainda exercia funções. De acordo com aquele jornal, o ex-chefe de gabinete de Donald Trump escreveu que o Presidente “ordenou” que fosse dada ao seu genro a autorização para ter aceso a informações secretas.

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