Os hospitais públicos perderam cerca de três mil camas de internamento numa década, enquanto os hospitais privados ganharam mais de 1.700 camas, mas é no SNS que se fazem quase 80% dos internamentos, segundo dados oficiais.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta sexta-feira indicadores sobre saúde relativos ao período entre 2007 e 2017, a propósito do Dia Mundial da Saúde, que se assinala no domingo.

Na década analisada, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde passaram de 27.086 camas de internamento para 24.050. Num movimento inverso, os privados cresceram de 9.134 camas para 10.903.

Em 2017, último ano em análise, os hospitais privados tinham quase um terço de todas as camas de internamento disponíveis em Portugal, mas foram os mais afetados pela redução do número de camas em relação ao ano anterior, 2016.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Com quase 11 mil das cerca de 35 mil camas para internamento de doentes em Portugal, os hospitais privados tinham 31,2% das camas, enquanto 68,8% eram em hospitais do SNS (ou públicos ou em parceria público-privada).

Em comparação com 2016, houve uma diminuição do número de camas de internamento, com menos 84 disponíveis. Esta redução afetou mais os hospitais privados, que ficaram com menos 78 camas.

Hospitais públicos fizeram mais urgências e cirurgias, mas os privados cresceram mais

Ainda sobre as estatísticas divulgadas esta sexta-feira, o INE revela que, em 2017, os hospitais públicos continuavam a ser os que mais atendimentos, cirurgias e internamentos faziam, mas foi nos hospitais privados que a produção mais aumentou.

No último ano analisado, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde asseguravam mais de 80% dos atendimentos em urgência, mais de 70% de internamentos e cirurgias e cerca de 65% das consultas médicas.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/cirurgias-no-sns/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”741″ slug=”cirurgias-no-sns” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/cirurgias-no-sns/thumbnail?version=1529428363115&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]

“Todavia, tal como no ano anterior [2016], foi no conjunto dos hospitais privados que esta produção mais aumentou”, refere o INE.

Os privados tiveram em 2017 um acréscimo de 3,6% de cirurgias, 4% de internamentos, 4,5% de consultas médicas e cresceram sobretudos nos exames e atos complementares, com mais 7,1%.

O número de hospitais manteve-se inalterado em 2017, com 255 unidades em Portugal, sendo 114 privados e 111 do Serviço Nacional de Saúde.

No continente, a maioria dos hospitais é da esfera pública (105 hospitais do SNS para 103 privados), enquanto nas regiões autónomas predominavam em 2017 os privados.

Na Região dos Açores havia três hospitais públicos e cinco privados e na Madeira três públicos e seis privados.