As autoridades moçambicanas detiveram três pessoas suspeitas de desvio de donativos que deviam ser canalizados para as populações afetadas pelo ciclone Idai, anunciou esta sexta-feira o porta-voz da procuradoria provincial de Sofala.

Os três indiciados são suspeitos do desvio de 19 sacos de arroz, 19 sacos de farinha, 11 sacos de soja e um saco de feijão no bairro da Manga, na Beira, avançou Joaquim Tomo, durante uma conferência de imprensa. “Estamos preocupados com os desvios de donativos. Temos muitas participações que deram entrada e neste momento estamos a investigar cada caso”, afirmou o porta-voz, garantindo que nos próximos tempos mais pessoas vão ser detidas.

“Pedimos à população para que denuncie estes casos. Mesmo que se desvie uma única agulha, o responsável deve ser autuado. Trata-se de um crime público e o ofendido é o Estado”, referiu.

Também a diretora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) condenou os casos de desvio de donativos, considerando que a maior parte dos suspeitos são voluntários que não têm vínculos com o órgão que dirige. “Pedimos a colaboração de todos para que esses casos sejam denunciados”, frisou Augusta Maita, falando esta sexta-feira, durante uma conferência de imprensa na cidade da Beira.

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O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Maláui e o Zimbabué a 14 de março.

Em Moçambique, segundo dados do INGC, a passagem do ciclone Idai terá afetado 1,4 milhões de pessoas, provocando pelo menos 598 mortos e 1.641 feridos.

Até agora, ainda segundo o INGC, Moçambique recebeu um total de 36 milhões de dólares (32 milhões de euros) e cerca de 12 mil toneladas de bens diversos para apoiar as populações afetadas pelo ciclone.