O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu este sábado à comunidade internacional fundos para a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos, numa visita ao campo de Baqaa, no norte da Jordânia, onde vivem cerca de 120.000 palestinianos.

“As histórias que ouvi hoje são muito fascinantes, tanto porque mostram a força e a coragem dos refugiados palestinianos, como porque transmitem a preocupação deles com o seu futuro”, declarou Guterres durante uma visita ao campo de refugiados, o maior existente no país.

O Comissário-Geral da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), Pierre Krähenbühl, que acompanhou Guterres, reiterou o seu compromisso de manter escolarizados os 122.000 estudantes palestinianos na Jordânia, apesar do défice da agência.

“Nada ilustra o êxito de um refugiado palestiniano como o êxito académico. Manter a educação nas nossas escolas equivale a dar a estes jovens homens e mulheres um passaporte que os transforma em cidadãos globais. Não poremos isso em perigo”, acrescentou Krähenbühl.

A UNRWA enfrenta dificuldades financeiras desde a decisão dos Estados Unidos de cortar 300 milhões de dólares do seu contributo para a agência, o que gerou um défice de 446 milhões de dólares no seu orçamento.

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Verificou-se, depois, uma redução do défice para 21 milhões, graças aos fundos pagos por países europeus e árabes, como Holanda, Noruega, Suécia, Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

O Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, questionou o sistema de financiamento daquela agência especializada das Nações Unidas, considerando que Washington assumia um “peso desproporcionado”.

Uma das principais queixas da Casa Branca é que o organismo conta como refugiados não só os palestinianos que tiveram de abandonar as suas propriedades em 1948, após a criação do Estado de Israel, e em vagas posteriores, como também todos os seus descendentes, que tanto os Estados Unidos como Israel consideram que devem ser excluídos.