A cinco dias da data derradeira do Brexit nada está garantido, mas os deputados do Partido Conservador querem deixar a certeza à sua própria líder, a primeira-ministra Theresa May, que, se o Reino Unido não sair para já da União Europeia (UE) e for obrigado a disputar as eleições europeias, tudo farão para que ela seja derrubada.

É nesse sentido que este domingo aponta o The Guardian, que dá conta de uma revolta entre os deputados conservadores, que receiam que uma ida às urnas para eleger o Parlamento Europeu pode levar a um boicote do eleitorado conservador (que é tradicionalmente o mais eurocético) ao próprio partido e representar uma fuga de votos ao abertamente eurocético Nigel Farage, ex-líder do UKIP que já prometeu uma ida às urnas para o Parlamento Europeu, caso estas se confirmem.

Ainda assim, um boicote conservador às eleições poderia também catapultar, mesmo que de forma sobejamente artificial, a votação no Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn. E é precisamente por se ter sentado à mesa com o líder dos trabalhistas para desatar o nó górdio do Brexit que Theresa May também está a ser criticada internamente.

De acordo com o The Telegraph, mais de 100 conselheiros nacionais do Partido Conservador enviaram uma carta a Theresa May onde era dito que, caso venha a haver eleições europeias no Reino Unido, ser-lhes-á muito difícil juntar voluntários para a campanha por falta de motivação e apelo do partido.

“Faltam-nos militantes para virem connosco e fazerem campanha, por causa do sentimento de o partido ao qual eles se juntaram ter desaparecido. Muitos de nós temos batido à porta de militantes com as quotas em dia, que nos dizem que não vão voltar a apoiar os conservadores porque se sentem traídos por causa do Brexit”, lê-se nessa carta, que o The Telegraph publica na íntegra.

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