Um homem de 51 anos morreu este domingo numa ação do Exército brasileiro em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro. Segundo avançou o G1, militares dispararam pelo menos 80 vezes contra o carro onde seguia Evaldo dos Santos Rosa com a sua família, em Guadalupe. O homem morreu e duas outras pessoas ficaram feridas.

Entretanto, a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro disse, citada pelo mesmo portal de notícias brasileiro, que “tudo indica” que os militares do Exército mataram Evaldo dos Santos Rosa porque confundiram o carro com o de assaltantes.

No Twitter, o jornalista brasileiro André Caramante divulgou um alegado vídeo do momento dos disparos com a respetiva descrição: “Inacreditável! Homens do Exército Brasileiro acabam de atirar contra o carro de uma família. O motorista morreu na hora.”

Cinco pessoas seguiam no veículo e deslocavam-se para um chá de bebé: o pai, a mãe, uma criança de sete anos, o sogro e uma mulher. Evaldo dos Santos Rosa, músico de 51 anos, morreu no local.

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Evaldo dos Santos Rosa, vítima mortal dos disparos. Créditos: Facebook / G1

Os disparos que resultaram numa vítima mortal motivaram revolta por parte de moradores que testemunharam o crime, e que relataram desde logo que os militares tinham atirado contra aquele carro por engano.

Foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma (no carro). Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares”, afirmou o delegado à TV Globo

As testemunhas afirmaram que a família seguia num carro branco, que foi confundido com um veículo da mesma cor, que terá passado momentos antes dos disparos levados a cabo pelos militares.

À TV Globo, uma amiga da família, que estava dentro do carro, contestou a versão do Exército, afirmando que os militares não fizeram nenhuma sinalização antes de abrirem fogo.

Segundo adianta o G1, que cita a Polícia Civil brasileira, os militares envolvidos no caso foram ouvidos pelo próprio Exército, que considerou que a investigação devia ser militar. Porém, a Polícia Civil entende que há indícios para prisão em flagrante.

E se por um lado o Comando Militar do Leste negou logo depois da morte de Evaldo dos Santos Rosa ter atirado contra uma família, afirmando ter respondido a uma “injusta agressão” de “assaltantes”, à noite declarou numa nota que o caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária Militar e que o Ministério Público Militar “já foi informado e está a supervisionar” o caso.

Entretanto, os 12 militares já foram ouvidos e o Comando Militar do Leste já informou que prendeu dez deles. Este caso será investigado pelo Exército devido a uma lei aprovada em 2017 pelo à data presidente Michel Temer.

Notícia atualizada às 16h31