Theresa May vai encontrar-se com Emmanuel Macron e Angela Merkel na terça-feira, um dia antes da cimeira de emergência dos líderes europeus em Bruxelas, marcada por Donald Tusk, e depois dos sucessivos fracassos da primeira-ministra britânica em fazer aprovar um acordo de saída da União Europeia no parlamento.

O porta-voz do governo alemão, Stefen Seibert, explicou que o encontro com a chanceler é independente da reunião do Conselho Europeu, já que Merkel quer que as relações entre os dois países se mantenham depois da saída do Reino Unido da UE.

Na sexta-feira, já o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Mass, afirmou que Londres tem muitos aspetos “a clarificar” em relação ao pedido de extensão do ‘Brexit’ formalizado pela primeira-ministra.

Também o Presidente francês, Emmanuel Mácron, convidou a primeira-ministra britânica para uma conversa na terça-feira, segundo anunciou hoje o Eliseu. Paris já tinha dado a conhecer que considera “um pouco prematuro” uma extensão do ‘Brexit’, como pediu Londres, e espera dos britânicos “um plano credível” até à cimeira europeia de 10 de abril.

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Entretanto as negociações entre o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn e o governo de Theresa May para chegar a um acordo a propósito do Brexit continuaram durante este fim de semana e, segundo o El País, há sinais de avanços alcançados nas últimas horas, ainda que ainda não seja claro se estes são reais ou, então, uma estratégia de ambas as partes “para se libertarem de culpa em caso de fracasso iminente”.

No sábado à noite, Theresa May dizia, numa mensagem filmada e partilhada na respetiva conta de Twitter, que as pessoas não votaram “de forma partidária” no referendo do Brexit. “Acredito mesmo que os cidadãos querem ver os políticos a trabalharem em conjunto com mais frequência. Há muitas coisas com as quais não estou de acordo com o Partido Trabalhista, mas acredito que no Brexit há muitas coisas em que podemos concordar: acabar com o livre movimento de cidadãos comunitários, garantir a nossa saída da UE com um bom acordo, proteger empregos e reformar a nossa segurança”, disse May.

À BBC, Rebecca Long-Bailey, ministra-sombra da Indústria, disse no último domingo que o ambiente em torno das conversas realizadas até agora tem sido “bastante positivo e esperançoso”, ainda que os avanços não tenham sido muitos. “O triste é que, até ao momento, não temos assistido a alterações substanciais face ao acordo de saída da União Europeia, mas esperamos vê-las nos próximos dias”, disse ainda. O Brexit está marcado para o dia 12 de abril.

No Conselho Europeu de quarta-feira, em Bruxelas, os dirigentes dos 27 vão dar a sua opinião sobre a questão do adiamento e da sua duração, numa altura em que se aproximam as eleições europeias.

May formulou o pedido de extensão numa carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, na qual evoca os passos que tomou com vista a uma solução para a crise política no Reino Unido, designadamente o início de negociações com o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, para encontrar um entendimento sobre uma proposta a apresentar ao parlamento britânico para permitir uma saída com acordo.

Na missiva, a primeira-ministra britânica refere não ser nem do interesse do Reino Unido nem da UE que o país participe nas eleições para o Parlamento Europeu, que se vão realizar entre 23 e 26 de maio, mas “aceita a opinião do Conselho Europeu de que, se o Reino Unido continuar a ser membro da União Europeia a 23 de maio, teria a obrigação legal de realizar eleições”.