Richard Giles é um apaixonado pela aeronáutica. Sem meios para adquirir um Boeing ou um Airbus, ou até mesmo qualquer outro tipo de avião mais pequeno, seja ele a jacto ou a hélice, Giles meteu as mãos à obra. No caso, literalmente. Apostado em construir o seu próprio avião, apontou armas a um modelo que foi muito solicitado durante a Primeira Guerra Mundial.
O Nieuport 12 foi um aparelho francês muito popular (em 1915…), utilizado durante a guerra por americanos, russos, ingleses e, claro está, os franceses. Para Giles, o simples e robusto aparelho serviu de base para a réplica que construiu nos anos 90. De origem, o avião montava um motor Le Rhone de 80 cv ou, em alternativa, um Clerget de 100 cv, mas nenhuma das motorizações entusiasmou o aviador em part time. Acima de tudo, porque não tinha nenhum.
Se os motores originais estavam fora de hipótese, Giles tinha ali à mão uma velhinha Yamaha Virago XV1100, modelo fabricado até 1996, cujo V-Twin fornecia pouco mais de 61 cv. Quando era novo, obviamente. A opção do aventureiro piloto foi devida ao baixo peso do motor, mesmo incluindo uma caixa de velocidades no cárter, que ainda lá continua, sendo este um dos poucos (único?) aviões com caixa de velocidades.
Depois dos devidos testes, o aparelho (meio-avião meio-moto) recebeu a devida aprovação das entidades competentes para voar, pelo que o Nieuport 12 anda por aí. Já a Virago, que lhe cedeu a mecânica, continua parada.