O governo britânico está a explorar formas de responsabilizar os executivos das redes sociais tendo em conta o conteúdo mau que é publicado nas respetivas plataformas. A proposta com vista a garantir a segurança online foi apresentada esta segunda-feira: no Twitter, a primeira-ministra britânica refere que as empresas donas de redes sociais ainda não fazem o suficiente para proteger o público de conteúdos impróprios. No curto vídeo, May refere que em cima da mesa estão “pesadas punições”.
Online companies must start taking responsibility for their platforms, and help restore public trust in this technology.
We are putting a legal duty of care on internet companies to keep people safe.#OnlineSafety pic.twitter.com/6EDsaY3Ofr
— Theresa May (@theresa_may) April 8, 2019
Dos planos fazem parte a criação de um regulador independente que visa combater todos os tipos de conteúdo mau, da incitação à violência e suicídio ao cyber bullying. “As empresas tecnológicas têm de começar a responsabilizar-se pelas suas plataformas e de ajudar a restaurar a confiança do público nesta tecnologia”, é a legenda que acompanha o vídeo partilhado esta segunda-feira de manhã. Segundo a AFP, o assunto tornou-se particularmente urgente depois de o ataque de 15 de março a duas mesquitas na Nova Zelândia ter sido transmitido em direto — desse ataque resultaram 50 vítimas mortais.
Durante muito tempo estas empresas não fizeram o suficiente para proteger os seus utilizadores, em particular as crianças e os jovens, de conteúdo malicioso. Está na altura de fazer as coisas de forma diferente”, disse May num comunicado.
Theresa May assegurou ainda que em causa poderão estar “multas substanciais”, bem como o bloqueio do acesso a determinados sites e a “responsabilização individual” de membros na gestão das empresas tecnológicas. As propostas preveem ainda que um novo regulador tenha poder para obrigar as plataformas a publicar relatórios anuais de transparência, bem como para emitir códigos de conduta, o que obrigará as empresas a seguir determinados requisitos — tal como contratar fact-checkers, sobretudo nos períodos eleitorais.
Citado pela AFP, Jeremy Wright, ministro do Digital e da Cultura, disse que a era da autorregulação das empresas tecnológicas acabou. “Queremos fazer parte da solução.”