O governo britânico está a explorar formas de responsabilizar os executivos das redes sociais tendo em conta o conteúdo mau que é publicado nas respetivas plataformas. A proposta com vista a garantir a segurança online foi apresentada esta segunda-feira: no Twitter, a primeira-ministra britânica refere que as empresas donas de redes sociais ainda não fazem o suficiente para proteger o público de conteúdos impróprios. No curto vídeo, May refere que em cima da mesa estão “pesadas punições”.

Dos planos fazem parte a criação de um regulador independente que visa combater todos os tipos de conteúdo mau, da incitação à violência e suicídio ao cyber bullying. “As empresas tecnológicas têm de começar a responsabilizar-se pelas suas plataformas e de ajudar a restaurar a confiança do público nesta tecnologia”, é a legenda que acompanha o vídeo partilhado esta segunda-feira de manhã. Segundo a AFP, o assunto tornou-se particularmente urgente depois de o ataque de 15 de março a duas mesquitas na Nova Zelândia ter sido transmitido em direto — desse ataque resultaram 50 vítimas mortais.

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Durante muito tempo estas empresas não fizeram o suficiente para proteger os seus utilizadores, em particular as crianças e os jovens, de conteúdo malicioso. Está na altura de fazer as coisas de forma diferente”, disse May num comunicado.

Theresa May assegurou ainda que em causa poderão estar “multas substanciais”, bem como o bloqueio do acesso a determinados sites e a “responsabilização individual” de membros na gestão das empresas tecnológicas. As propostas preveem ainda que um novo regulador tenha poder para obrigar as plataformas a publicar relatórios anuais de transparência, bem como para emitir códigos de conduta, o que obrigará as empresas a seguir determinados requisitos — tal como contratar fact-checkers, sobretudo nos períodos eleitorais.

Citado pela AFP, Jeremy Wright, ministro do Digital e da Cultura, disse que a era da autorregulação das empresas tecnológicas acabou. “Queremos fazer parte da solução.”