A presidente do CDS-PP pediu esta terça-feira uma “censura forte” ao Governo já nas próximas eleições europeias, considerando que esta será a melhor forma de acabar com “as práticas” de nomeações familiares do executivo socialista e não legislando.

No final de uma visita à Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, Assunção Cristas foi questionada sobre as propostas do Presidente da República nesta matéria, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter defendido uma pequena alteração ao Código do Procedimento Administrativo, de forma a abranger os gabinetes ministeriais, e que poderia ser feita até às legislativas.

“O CDS está sempre disponível para discutir todos os assuntos, mas temos dito desde a primeira hora que há matérias que, por muito que a lei as tente regular, não as conseguirá resolver. A forma como o PS tem ocupado o Estado e distribuído lugares entre famílias e amigos é uma questão mais grave que só pode ter uma resposta, que é uma penalização forte, uma censura forte nas urnas”, defendeu.

Ainda assim, acrescentou, “obviamente que o CDS está sempre disponível para discutir qualquer assunto”, desafiando o Governo a apresentar uma proposta de lei sobre esta matéria.

“O problema foi criado pelo Governo, o Governo tem instrumentos para o resolver, pode enviar uma proposta de lei ao parlamento”, disse.

Cristas assegurou que se o CDS-PP pudesse, avançaria, devido a esta polémica, com uma moção de censura ao Governo — já gastou a que tinha disponível na atual sessão legislativa —, mas deixou um apelo aos portugueses.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Aquilo que eu peço é que as pessoas que não gostam desta forma de atuar do Governo Socialista, que estão desconfortáveis, que censurem o Governo socialista. Essa é a forma mais eficaz de acabar com estas práticas, é a censura social que se exprime nas urnas”, apelou.

A líder democrata-cristão considerou que uma eventual alteração à lei “nunca conseguirá resolver tudo”: “Não há uma lei que substitua valores éticos e o bom senso, pode ajudar a corrigir, a fiscalizar, mas isso só se resolve com uma profunda censura ao Governo”.

“O CDS já não pode avançar com mais uma censura, se pudesse bem que avançaríamos, mas pede de forma muito clara uma censura ao Governo nas urnas já nas eleições europeias”, reforçou.