A PSA está a viver um período de tal forma positivo sob a gestão de Carlos Tavares que o gestor português assumiu publicamente que pretende avançar para um cenário de colaborações ou fusões com outras marcas automóveis.

A compra da Opel/Vauxhall, há cerca de dois anos, saldou-se numa operação tremendamente bem-sucedida, a ponto de o respectivo plano de recuperação ter saldo positivo um ano antes do previsto, com o regresso da Opel aos lucros em 2018.

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A “magia” de Tavares teve o condão de sensibilizar a própria família Peugeot, que detém 12% das acções da PSA, com Robert Peugeot a confirmar que Tavares teria “carta-branca” para avançar com novas aquisições. Mas, até agora, o gestor português ainda não se tinha pronunciado sobre o tema. Fê-lo em entrevista à Autocar Índia, a quem não desmentiu o interesse nas marcas do grupo indiano Tata Motors.

Segundo Carlos Tavares, ainda não houve quaisquer negociações com a Jaguar e a Land Rover (JLR), pese embora os fabricantes britânicos estejam a atravessar um período difícil, acumulando prejuízos, fazendo cortes e assumindo precisar de capital na ordem dos 900 milhões de euros. Mas nem este quadro (negro) demove a Tata, que insiste em reafirmar não ter qualquer intenção de se desfazer da JLR.

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Recorde-se que quando se soube que a PSA estaria interessada em reforçar a sua posição, adicionando novas insígnias ao seu portefólio de marcas, a JLR foi um dos grupos sinalizados como interessantes para o conglomerado francês, o mesmo acontecendo em relação à Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Sucede que, no caso do grupo italo-americano, as conversações evoluíram estritamente para uma parceria nos eléctricos, o que deveria levar a PSA a apontar baterias às marcas da Tata. Não, segundo Tavares: “Nós não temos um alvo específico. Mas se houver oportunidades, é claro que vamos considerar isso.” No entanto, acrescenta o executivo, esta vontade de crescer não pode ser uma fonte de distracção para a PSA. E a prova que Tavares não anda distraído é que já admite rever o posicionamento da DS no grupo, em caso de uma eventual integração da Jaguar e da Land Rover – dois construtores premium, tal como a DS.