O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta quarta-feira que o Conselho Europeu deve conceder uma “extensão tão longa” quanto o Reino Unido considerar necessária para sair da União Europeia de forma ordenada. “Devemos agora acordar uma extensão tão longa quanto necessária para que o Reino Unido possa ter uma posição final e consequente sobre esta questão e espero que seja isso que o Conselho [Europeu] hoje permita”, declarou à entrada para a cimeira europeia, em Bruxelas.

Questionado sobre que data defende Portugal como limite para o adiamento do ‘Brexit’, António Costa insistiu que a extensão do Artigo 50.º deve ser “tão longa quanto a necessária para que o Reino Unido possa encontra uma posição clara”, e que só Londres pode saber qual é “a extensão dessa necessidade”. Além disto, frisou que “a grande prioridade é dar confiança aos cidadãos e às empresas de que evitamos a todo o custo o risco de um não acordo e que temos de conduzir todo este processo tendo em conta que o principal objetivo é termos no futuro a relação o mais próxima possível com o Reino Unido”, tendo repetido posteriormente essa mesma frase em castelhano, em resposta aos jornalistas espanhóis.

Os líderes dos 27 vão analisar esta quarta-feira em Bruxelas o segundo pedido de adiamento do ‘Brexit’ até 30 de junho, numa discussão em que o compromisso do Reino Unido de organizar eleições europeias assumirá particular relevância. A data, rejeitada pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) em 21 de março, volta a estar em cima da mesa, depois de a primeira-ministra britânica, Theresa May, ter concordado com a realização de eleições europeias naquele país, embora com a pretensão de poder aprovar a lei para o ‘Brexit’ a tempo de cancelar o escrutínio.

No entanto, na carta-convite dirigida aos líderes da UE, Donald Tusk defendeu que, “pela experiência até ao momento, e atendendo às divisões profundas na Câmara dos Comuns”, há “poucas razões para acreditar que o processo pode ser concluído até ao final de junho”, razão pela qual se opõe ao prazo de 30 de junho e defende em alternativa uma extensão longa, no máximo de um ano. A solução permitiria ao Reino Unido sair da UE antes do final do período de extensão (12 meses) se a Câmara dos Comuns ratificasse o Acordo de Saída.

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