Mais de 90 técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM que iniciaram a sua formação há um ano ainda não concluíram o processo por falta de ambulâncias onde possam treinar, estando neste momento a atender telefones nos centros de orientação de doentes urgentes, noticia esta quinta-feira o Jornal de Notícias.

De acordo com a notícia do JN, estes técnicos só podem atuar em cenários reais após concluírem a última fase da formação, que é feita nestas “ambulâncias-escola”. Porém, o curso, que devia ser de seis meses de acordo com a lei, ainda não terminou — e não há previsão para o final da formação.

Este curso insere-se num esforço do INEM de reforçar os quadros com profissionais da nova geração com novas competências. Na primeira fase da formação, os novos técnicos foram ensinados a atender e encaminhar os telefonemas feitos para o 112. Porém, estes novos profissionais ainda não foram chamados para as reais funções para as quais foram contratados — o trabalho no terreno —, por falta de meios para concluir a formação.

O treino nas ambulâncias é essencial — e condição legal obrigatória — para que os técnicos de emergência pré-hospitalar pratiquem as suas competências, nomeadamente na operação destes veículos e dos seus equipamentos. Estas “ambulâncias-escola” também são fundamentais para a renovação da formação dos técnicos já em atividade. Porém, numa resposta dada ao Jornal de Notícias, o INEM não se comprometeu com uma data para a conclusão do curso, afirmando apenas que a formação será concluída “logo que estejam reunidas as condições necessárias“.

Em declarações ao JN, o dirigente da ANTEPH (Associação Nacional de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar) Nélson Batista disse que “estes novos elementos estão a ser vítimas de uma manobra dilatória”. Já o líder do sindicato que representa estes profissionais, Pedro Moreira, lembrou como já em dezembro o INEM lhes tinha dado a garantia da conclusão do curso em poucas semanas, justificando o atraso com “a condicionante de recursos humanos para dar a formação” — ou seja, médicos para acompanhar o estágio — “e a indisponibilidade de ambulâncias”.

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