José Araújo e Silva, cuja idoneidade estava a ser avaliada pelo Banco de Portugal na sequência da auditoria feita pela EY à Caixa Geral de Depósitos, abandonou o cargo de administrador no EuroBic, o banco liderado pelo ex-ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos. A notícia é avançada pelo jornal Eco, que adianta que a demissão já aconteceu há cerca de um mês, pouco depois de o Observador noticiar que a idoneidade do banqueiro estava prestes a ser retirada.

A saída de José Araújo e Silva aconteceu antes de haver uma recusa formal da idoneidade para continuar a exercer o cargo que exercia, num caso que se distingue um pouco das outras duas “vítimas” feitas pela auditoria da EY aos créditos ruinosos feitos na Caixa entre 2000 e 2015: os outros dois, Norberto Rosa e Pedro Cardoso, não estavam no ativo e precisavam da idoneidade para assumir funções no Millennium BCP e no Bison Bank, respetivamente — nunca chegaram a obter o ok do supervisor. No caso de José Araújo e Silva, o gestor já estava em funções no EuroBic mas a idoneidade estava prestes a ser retirada, como o Observador noticiou a 12 de fevereiro.

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José Araújo e Silva esteve na Caixa Geral de Depósitos entre 2008 e 2011, como administrador de Fernando Faria de Oliveira, o homem que hoje dirige a Associação Portuguesa de Bancos (APB). Araújo e Silva esteve no “olho do furacão” — na área de crédito — numa das épocas em que foram concedidos créditos que se revelaram ser dos mais ruinosos para o banco público.

O gestor estava no EuroBic desde 2016, servindo na administração de Fernando Teixeira dos Santos, que era ministro das Finanças precisamente na altura em que José Araújo e Silva estava no banco público. Contactado pelo Eco, o EuroBic diz que Araújo e Silva saiu por sua iniciativa e que o banco não recebeu qualquer informação ou comunicação do Banco de Portugal em relação àquele administrador.

Na mesma notícia em que as fontes ouvidas pelo Observador davam como iminente a possível perda de idoneidade por parte de José Araújo e Silva, era referido, também, o nome de António Vila-Cova, atualmente em funções no Banco Finantia — quanto a este, porém, ainda não existe qualquer informação de que possa sair do banco ou ver a idoneidade retirada.