Dois prédios ilegais desabaram no Rio de Janeiro e moradores dizem que há pessoas debaixo dos escombros, noticia a Globo. Há pelo menos dois mortos e três feridos (incluindo uma criança), numa zona — Muzema — que foi muito afetada pelo temporal que afetou o Rio de Janeiro nos últimos dias.

Segundo a informação recolhida pela Globo, no local, além das equipas de emergência também há moradores a tentar encontrar mais pessoas que possam estar nos escombros. Há pelo menos 17 desaparecidos listados por familiares, noticia a Globo.

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São prédios de quatro andares que, segundo a Prefeitura do Rio, são habitações ilegais.

A área de isolamento foi ampliada pelos bombeiros, que consideram que outros prédios da região podem ir abaixo. Além disso, os jornais brasileiros descrevem um forte cheiro a gás na zona.

O desastre terá acontecido um pouco antes das 7 da manhã, hora local. Os bombeiros chegaram ao local às 7h20 e iniciaram os trabalhos de resgate.

Segundo a Globo, dois quartéis do Corpo de Bombeiros acompanhados de equipas da Guarda Civil e Polícia Militar já estão a trabalhar no resgate dos moradores sob os escombros dos prédios.

O jornal Estadão, via Agência Brasil, diz que ainda não é claro se os edifícios estavam em construção ou se havia moradores.

O jornal O Dia publicou um vídeo que mostra os momentos após o desabamento dos prédios.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel,  já se encontra na em Muzema para acompanhar o trabalho de resgate de vítimas do desabamento de dois prédios.

Segundo a Globo, os três feridos encontrados até ao momento já foram transportados para o hospital Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e são da mesma família.

A zona de Muzema foi uma das mais afetadas pelas tempestades que assombraram o Rio de Janeiro no início da semana. Segundo o Estadão, a chuva que caiu na segunda-feira provocou a morte de dez pessoas, inundou casas, destruiu casas e carros de vários bairros.

O jornal Estadão partilhou um vídeo de um morador que retrata o estado degradado dos acessos na comunidade de Muzema.

Segundo informações dadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro, os prédios que desabaram são construções irregulares, não autorizadas pelos órgãos fiscalizadores, e tiveram obras interrompidas em novembro de 2018.

A comunidade de Muzema está sob domínio de milícias, grupos formados por militares, agentes penitenciários e civis. Estes grupos têm ligações a vários negócios ilegais, um dos mais conhecidos seria o da construção ilegal, avança o Estadão.

Estes grupos dominam a rede de imóveis na região de Rio das Pedras e Muzema, comunidades na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os edifícios que desabaram hoje pertenciam ao domínio de um desses grupos.

A Polícia Civil brasileira apurou que pelo menos 90% dos prédios construídos na região foram erguidos por construtoras que possuem ligação com a milícia. Os grupos são suspeitos de construção ilegal, manipulação de documentos e venda ilícita de imóveis.

Um helicópetro está no local a auxiliar o resgate das vítimas.