A negligência foi a causa de cerca de 56% dos 229 incêndios florestais registados este ano no Alto Minho, sendo que 88 foram provocados por queima de sobrantes, disse esta sexta-feira o comandante da GNR de Viana do Castelo.

O coronel Agostinho José Lopes da Cruz, que falava na cerimónia de apresentação das comemorações dos 100 anos do Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo, adiantou que os dados provisórios registados por esta força policial, desde o início do ano e até à semana em curso, indicam que 128 incêndios florestais tiveram origem em atos negligentes, provocados por idosos que realizam queimas de sobrantes ou queimadas.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/causas-dos-incendios/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”327″ slug=”causas-dos-incendios” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/causas-dos-incendios/thumbnail?version=1533564395385&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]

“Os nossos velhotes na aldeia, os nossos pais e os nossos avós vão fazendo [queima de sobrantes]”, afirmou, referindo que, depois, a situação se descontrola “e há trabalho acrescido para a Proteção Civil”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo o comandante territorial, “o maior número de ocorrências tem acontecido nos concelhos mais a norte” do distrito de Viana do Castelo. O coronel Agostinho José Lopes da Cruz pediu mais “controlo nas fogueiras quando se queimam os restos da agricultura”.

As comemorações dos 100 anos da presença da GNR no distrito de Viana do Castelo, que têm o apoio da câmara local, começaram no passado dia 7 e terminam no 21 de novembro com uma conferência sobre “O uso do fogo na agricultura: técnica ou tradição”. O Comando Territorial de Viana do Castelo tem um efetivo, entre militares e civis, de cerca 650 elementos.

Além dos incêndios florestais, o comandante da GNR de Viana do Castelo destacou como principais preocupações “a violência doméstica, as ofensas corporais e a sinistralidade rodoviária”.

Entre os pontos do programa comemorativo, esta sexta-feira apresentado na sala Couto Viana, da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, contam-se exposições, uma ação solidária de colheita de sangue e a participação da Charanga a Cavalo da GNR no cortejo histórico etnográfico das Festas de Nossa Senhora d’Agonia.