O ministro das Finanças, Mário Centeno, não queria continuar no Governo se o PS voltasse a ser eleito, mas António Costa convenceu-o a mudar de ideias e a ficar, noticia este sábado o Expresso.

De acordo com o jornal, o ministro português, que também lidera o Eurogrupo, não queria continuar no Executivo socialista para um próximo mandato por motivos pessoais e profissionais. Centeno gostava de regressar à vida que tinha antes de integrar o Governo — nomeadamente à sua carreira no Banco de Portugal e a uma vida pessoal e familiar mais calma. Porém, as fontes ouvidas pelo semanário, dizem que Centeno é um trunfo essencial para uma eventual reeleição de Costa.

As mesmas fontes referidas pelo Expresso afirmam que a forma como Centeno tem gerido as Finanças em Portugal e na zona Euro é um sinal de credibilidade para o Governo socialista e acrescentam que Centeno é o ministro mais popular deste Executivo.

Centeno admite, ao Financial Times: “Não houve uma dramática” viragem da austeridade

Nesta semana, Mário Centeno deu uma entrevista ao Financial Times na qual sublinhou que não houve uma “dramática” viragem da austeridade durante o governo socialista, afirmando mesmo que as políticas seguidas pelo PS não representaram “grandes mudanças” relativamente ao Governo anterior.

Além desta imagem de estabilidade que Centeno passa, o facto de o ministro presidir ao Eurogrupo até 2020 também terá motivado Costa a pressioná-lo para que não abandonasse o cargo em caso de reeleição. Isto porque, se Centeno deixasse de ser ministro, teria de resignar também ao cargo de presidente do Eurogrupo, para o qual foi eleito em 2018, uma vez que aquele órgão reúne apenas os ministros das Finanças dos países que adotaram o Euro.

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