A zona protegida pela mais restritiva norma antipoluição, funcionando 24 horas por dias e sete dias por semana, entrou em vigor esta semana em Londres. A medida tinha sido anunciada em 2017 pelo actual presidente da câmara, o muçulmano Sadiq Khan. Denominada London Ultra Low Emission Zone e conhecida como ULEZ, destina-se a afastar do centro londrino os veículos mais poluentes, mas de forma tão apertada que vai incluir muito veículos com poucos anos de utilização.

Com o objectivo de melhorar a qualidade do ar que se respira na cidade, a ULEZ pretende baixar a emissão de óxidos de azoto (NOx), que as medidas anteriores já reduziram em 20%, para 45% do que se verificava antes de se iniciar o actual combate às emissões de NOx. Nem só os transportes públicos e veículos particulares ligeiros são abrangidos pela ULEZ, pois nem os autocarros escapam, com Khan a adiantar que 75% dos transportes públicos cumprem a nova norma, restando pois um forte investimento para conseguir que todos os cerca de 9.300 autocarros que circulam no centro de Londres passem a utilizar motores mais recentes e menos poluentes.

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Os meios de transporte, particular ou público, emitem 50% dos NOx que afectam a população, com a poluição atmosférica a ser responsável por um gasto anual em saúde de 3,7 mil milhões de libras (4,3 mil milhões de euros), só em Londres, e um total de 20 mil milhões de libras em toda a Inglaterra. Um custo que não para de aumentar e que se está a tornar difícil de suportar pela economia britânica.

O objectivo da ULEZ é afastar do centro de Londres todos os veículos equipados com motores diesel Euro 6, ou seja, fabricados antes de 2015, além dos que recorrem a motores a gasolina produzidos até 2006 (Euro 3). Os motores a gasóleo banidos são todos os que não dispõem de filtro de partículas e injecção de AdBlue, enquanto as unidades a gasolina, aparentemente, podem emitir partículas e mais poluentes do que os diesel Euro 6.

Os veículos de duas rodas tão pouco se furtam ao crivo de Sadiq Khan, uma vez que também as motos passam a estar regulamentadas pelas normas impostas aos motores a gasolina destinadas aos modelos de quatro rodas. Os condutores que não cumpram – a medida é controlada pelas inúmeras câmaras espalhadas pela cidade – receberão em casa uma contra-ordenação de 14,50€, com os veículos pesados a verem elevar a fasquia para 116€.