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Sérgio Conceição, o mestre da arte da retoma (a crónica do Portimonense-FC Porto)

Este artigo tem mais de 5 anos

Em 11 derrotas desde que é treinador do FC Porto, Sérgio Conceição venceu sempre o jogo seguinte. Os dragões venceram um Portimonense forte que causou problemas e revelou debilidades no adversário.

Brahimi marcou o primeiro a passe de Marega, Marega marcou o segundo a passe de Alex Telles
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Brahimi marcou o primeiro a passe de Marega, Marega marcou o segundo a passe de Alex Telles

LUSA

Brahimi marcou o primeiro a passe de Marega, Marega marcou o segundo a passe de Alex Telles

LUSA

O FC Porto chegava este sábado a Portimão com o aviso de que estava a visitar um recinto onde Benfica e Sporting perderam e onde o Sp. Braga não foi além de um empate. Os dragões, que como já vem sendo habitual estavam obrigados a ganhar para pressionar o Benfica e não arriscar perder a igualdade pontual com os encarnados, deslocavam-se ao Algarve depois da derrota em Anfield e na antecâmara da receção decisiva ao Liverpool.

O objetivo principal da equipa de Sérgio Conceição, porém, é invariavelmente a revalidação do título de campeão nacional. E nem essa proximidade com o segundo jogo dos quartos de final da Liga dos Campeões levou o treinador do FC Porto a realizar grandes poupanças: sem Felipe, que estava castigado, Éder Militão fazia dupla com Pepe no eixo da defesa, Alex Telles era titular na esquerda e Manafá na direita; Brahimi regressava ao onze e era Otávio quem começava o encontro no banco de suplentes e Herrera, Danilo e Corona ocupavam os restantes lugares no meio-campo; mais à frente, o ataque estava a cargo de Marega e Soares. Aboubakar, que está lesionado há sete meses, voltou aos treinos na semana passada e ainda integrou a convocatória de forma provisória, mas acabou por ficar de fora do lote de opções de Sérgio Conceição.

A verdade é que o encontro deste sábado era também um reencontro. Portimonense e FC Porto, clubes cuja relação próxima é inegável, motivavam o regresso de Wilson Manafá a Portimão, já que o lateral chegou aos dragões em janeiro e realizou uma primeira volta assinalável pelos algarvios, e o novo reencontro de Jackson Martínez com a equipa que representou durante três temporadas. Paulinho, que também foi jogador do FC Porto, estava castigado e era baixa no Portimonense e António Folha e Sérgio Conceição, os dois treinadores, também se reencontravam depois de partilharem balneário durante vários anos tanto nos dragões como na Seleção Nacional. Mas ainda havia mais: Lucas Fernandes e Éder Militão, que fizeram juntos toda a formação do São Paulo e são amigos próximos, também se enfrentavam este sábado.

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Ficha de jogo

Portimonense-FC Porto, 0-3

29.ª jornada da Primeira Liga NOS

Estádio Municipal de Portimão, em Portimão

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Portimonense: Ricardo Ferreira, Tormena, Lucas Possignolo, Jadson, Ruben Fernandes (Henrique, 12′), Dener, Pedro Sá, Lucas Fernandes (Wellington, 70′), Tabata (Ruster, 77′), Jackson Martínez, Aylton Boa Morte

Suplentes não utilizados: Leo, Hackman, Felipe Macedo, Bruno Reis

Treinador: António Folha

FC Porto: Casillas, Manafá, Pepe, Éder Militão, Alex Telles, Corona (Otávio, 58′), Herrera, Danilo, Brahimi (Bruno Costa, 82′), Soares (Fernando Andrade, 64′), Marega

Suplentes não utilizados: Vaná, André Pereira, Mbemba, Maxi

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Brahimi (15′), Marega (73′), Herrera (90+3′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Lucas Fernandes (34′), Wilson Manafá (50′), Dener (57′), Jackson Martínez (62′), Aylton Boa Morte (65′), Pepe (86′)

O FC Porto dominou os primeiros instantes da partida e cedo se percebeu que o ataque dos dragões seria pautado pelo corredor direito, com a velocidade de Wilson Manafá a servir como catalisador da qualidade de Corona e da eficácia de Marega, o avançado a jogar mais descaído nesse lado. O Portimonense respondia com a orientação de Lucas Fernandes, que a partir do meio-campo organizava as transições ofensivas da equipa. O golo do FC Porto que inaugurou o marcador acabou por ser fruto dessa boa exibição da faixa direita dos dragões, mas também do infortúnio de Rúben Fernandes. O experiente defesa dos algarvios, que estava a jogar precisamente mais tombado na esquerda, a enfrentar as subidas de Corona e Manafá e a tentar parar as movimentações de Marega, sofreu uma lesão muscular depois de um lance dividido com o mexicano e acabou por ser substituído por Henrique.

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Henrique, que entrou ao passar do minuto 12, não teve tempo para aquecer, para entrar no xadrez do Portimonense nem para perceber a forma como o corredor direito do FC Porto estava a atacar. Três minutos depois da entrada de Henrique, Marega apareceu em velocidade lançado por Corona, cruzou atrasado para a entrada da grande área e apareceu Brahimi a partir de trás, que rematou rasteiro, encostado ao poste e sem hipótese para Ricardo Ferreira. O golo dos dragões explorava as fragilidades defensivas do Portimonense e aproveitava a saída de Rúben Fernandes e a entrada pouco preparada de Henrique.

A reação dos algarvios ao golo, porém, não podia ter sido melhor. Lucas Fernandes, o elemento em claro destaque no Portimonense, soltou-se mais das funções defensivas que vinha a desempenhar até aí e surgiu em terrenos mais avançados, acabando por ser o protagonista de três oportunidades de golo quase consecutivas. Primeiro, o médio brasileiro apareceu quase isolado na cara de Casillas e o guarda-redes foi obrigado a cortar com os pés; depois, Lucas Fernandes atirou de livre direto à baliza do espanhol e Casillas teve de se aplicar; e após um canto batido na esquerda, Soares antecipou-se ao médio, que já surgia ao segundo poste para cabecear, e o corte do avançado brasileiro bateu no poste da baliza do FC Porto e quase ditou um autogolo.

Até ao intervalo, o jogo permaneceu algo partido, com ataques de parte a parte e com um Portimonense que nunca se resignou à desvantagem, procurando o empate mesmo até ao descanso, já que Tabata ainda beneficiou de uma ocasião de golo mesmo no último segundo da primeira parte. O FC Porto, mesmo a ganhar, mostrava alguma dificuldade na reação à perda de bola e não conseguia acalmar e segurar a partida, para irritação de Sérgio Conceição, que pedia continuamente a Herrera que temporizasse a organização dos dragões.

O Portimonense regressou para a segunda parte sem alterações e com a mesma vontade que tinha deixado patente no primeiro tempo: Lucas Fernandes continuava a ser o motor que alimentava tanto Tabata como Jackson Martínez e o FC Porto tinha ainda dificuldades em parar o médio entre linhas, já que o brasileiro atuava muito móvel e tanto descaía na direita como na esquerda. Depois de um remate para cada lado — primeiro Marega, para defesa de Ricardo Ferreira (49′), depois Tabata, de fora de área e por cima da trave de Casillas (51′) –, o corredor direito dos dragões que na primeira parte tinha desequilibrado e feito a diferença começou a cair aos bocados.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Portimonense-FC Porto:]

Primeiro foi Jesús Corona, que sofreu um desconforto no pé direito e ficou desde logo limitado. Depois foi Wilson Manafá, que já tinha deixado perceber na primeira parte que estava com algumas dores na coxa esquerda e que acabou por cair no relvado e pedir assistência médica. A quebra de rendimento do mexicano e do português provocaram, por consequência, a quebra de rendimento de Marega, que deixou de ser solicitado pelos dois jogadores a atuar nas suas costas. O FC Porto perdeu velocidade e o apagar da faixa direita não foi compensado pela esquerda, já que Alex Telles permanece ainda algo limitado depois da lesão em Braga e Brahimi quase não apareceu na segunda parte, deixando Soares um pouco perdido na frente de ataque.

Wilson Manafá aguentou e permaneceu em campo, Corona foi substituído por Otávio e também Soares saiu para dar lugar a Fernando Andrade. Sérgio Conceição pedia velocidade e queria aproveitar o desgaste inevitável de Lucas Fernandes para tomar um pouco o controlo do jogo, já que o Portimonense chegou aos 60 minutos com mais posse de bola e mais remates do que o FC Porto.

A bola andou afastada das balizas durante grande parte do segundo tempo e o desgaste físico e natural do Portimonense encontrava o cansaço dos jogadores do FC Porto e a recordação de que terça-feira é já dia de receber o Liverpool no Dragão. Sem grandes oportunidades nem grandes rasgos à medida que o marcador se aproximava dos 90 minutos, o segundo golo dos dragões acabou por surgir fruto da qualidade individual. Alex Telles, em esforço, desmarcou Marega a descair na esquerda e o avançado maliano, à saída de Ricardo Ferreira, picou a bola e marcou o primeiro golo da conta pessoal no Campeonato desde dezembro (73′). Já no terceiro minuto de tempo extra, Herrera ainda teve tempo para fazer o terceiro dos dragões.

António Folha ainda lançou Ruster (que ainda assustou Casillas, com um remate de muito longe) e arriscou tudo, mas o Portimonense acabou por não conseguir chegar sequer ao golo de honra, depois de um jogo onde provocou muitas dificuldades ao FC Porto e mostrou o porquê de ter vencido Benfica e Sporting em Portimão. Dias depois de perder em Anfield com o Liverpool, Sérgio Conceição voltou a confirmar aquela que é uma das principais valências deste FC Porto: a reação à derrota. Em 11 derrotas para todas as competições desde que é treinador dos dragões, Sérgio venceu sempre o jogo seguinte.

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