O acidente ferroviário registado em setembro de 2016 na Galiza, com um balanço final de quatro mortos e 47 feridos, foi devido à “falta de atenção” do maquinista — um português de 45 anos, também ele vítima mortal. A conclusão é da Comissão de Investigação de Acidentes Ferroviários espanhola num relatório final divulgado esta quarta-feira, como noticia o Jornal de Notícias.

O comboio descarrilou perto da estação espanhola de Porriño, quando fazia a viagem de Vigo para o Porto, naquele dia 9 de setembro de 2016. “A causa direta do acidente foi o descarrilamento motivado pela passagem do comboio […] na estação de Porriño […] a uma velocidade de 110 km/h”, quando “a velocidade estabelecida para passar […] era de 30 km/h”, consideram os investigadores.

O relatório preliminar ao acidente já tinha apontado o dedo ao português e o documento final volta agora a fazê-lo, referindo que o maquinista não cumpriu a ordem que lhe transmitia o sinal para reduzir a velocidade, nem atuou aos avisos da sinalização ótica e acústica.

“A informação disponível não permite identificar com precisão o motivo de tal incumprimento, mas descarta possíveis falhas do material rolante e da sinalização”, consideram os investigadores, concluindo que “os indícios apontam para uma falha de atenção na condução”.

A falta de gravações na cabine, reconhece o responsável pela investigação do acidente, impede de saber exatamente o que aconteceu antes do descarrilamento, o que leva a reconhecer que é muito difícil interpretar o que aconteceu. Pelo que só a distração do condutor do comboio parece justificar o acidente.

“A possível distração é a única explicação plausível que se adapta às circunstâncias e que não foi descartada, mas não pôde ser demonstrada de forma categórica”, conclui o relatório.

*artigo corrigido na velocidade limite a que se podia circular naquele troço

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