Cerca de 24 horas após o fim da greve dos motoristas de matérias perigosas, o país caminha a “bom ritmo” para a normalidade, diz o presidente da ANAREC, a associação dos revendedores de combustíveis. Porém, de norte a sul de Portugal, ainda há centenas de postos de abastecimento onde não existe um ou mais tipos de combustível — e, agora, é mais a gasolina que está a escassear, porque se deu prioridade ao gasóleo nos primeiros reabastecimentos após o fim da greve.

Se é verdade que acabaram as filas para abastecer, é igualmente verdade que ainda há centenas de bombas sem combustível. Durante a manhã deste feriado, há registo de vários postos encerrados e outros a funcionar a meio gás. A gasolineira Prio, que tem 250 pontos em Portugal, garantiu esta sexta-feira que já tem abastecimento normalizado em metade destes postos.

O presidente da Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (ANAREC), Francisco Albuquerque, garantiu em declarações à Lusa que a reposição dos combustíveis está a decorrer a “bom ritmo”. “A reposição dos stocks está a decorrer de forma absolutamente normal, a bom ritmo, com transportes reforçados, segundo informação que tivemos, nalguns casos” garantiu o presidente da Associação. Francisco Albuquerque espera que “no início da próxima semana, a situação esteja completamente normalizada”.

“O fim da greve não significa, como é óbvio, a normalização imediata desta situação de falta de combustível. É normal que possa haver ainda nas próximas horas alguma limitação de abastecimento em alguns postos para viaturas não prioritárias. O que é importante, neste momento, é que conforme esperado a reposição dos stocks está a decorrer de uma forma normal e a bom ritmo, inclusive em algumas situações temos indicações de reforço de transportes”, disse o responsável, sinalizando que “já não se verificam filas para abastecimento nos postos”.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas afirmou esta quinta-feira à Lusa que repor a situação existente antes do início da greve poderia demorar até cinco dias. “Acreditamos que [regularizar] tudo, portanto uma situação igual à existente antes do início da greve, poderá demorar até cerca de cinco dias, mas grande parte das situações estarão regularizadas antes disso”, disse à Lusa António Comprido, da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro).

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O responsável adiantou que “a partir de sexta-feira já deverá haver uma situação normal em muitos casos, mas a totalidade só depois do fim de semana”. E “admitindo que se vai trabalhar — e temos indicação que isso vai acontecer — durante o fim de semana”, salientou. “As informações que nos chegam das associadas é que estão a trabalhar em termos de planeamento de cargas para que rapidamente, a partir desta tarde, se retome a normalidade dos abastecimentos e até que isso seja feito com um reforço ao longo dos próximos dias para repor a situação o mais depressa possível”, afirmou o responsável da Apetro.

O acordo com os motoristas nas entrelinhas