“É difícil descrever aquilo que aconteceu esta noite! Obrigado pela atmosfera fantástica. Merecíamos melhor… Esta noite estamos tristes, mas amanhã [hoje] vamos esquecer isto e ficar a 100% para a Premier League e para a FA Cup [Taça de Inglaterra]”, dizia Bernardo Silva na noite de quarta-feira, após a eliminação do Manchester City frente ao Tottenham na Liga dos Campeões após um jogo eletrizante que acabaria por ser decidido pelo VAR nos descontos com um golo anulado a Kun Agüero.

O Tottenham e uma nova versão da Odisseia de Homero (que eliminou o Manchester City)

Depois da conquista da Supertaça e da Taça da Liga, o conjunto de Pep Guardiola sonhava com uma época de sonho que lhe valesse o triunfo em todas as competições realizadas e o afastamento da Champions acabou por ser um rude golpe na caminhada da equipa. O próprio treinador, no lançamento do reencontro com o Tottenham agora para o Campeonato, admitia ser impossível prever a reação da equipa três dias depois. Não foi um jogo brilhante do City, longe disso. Mas foi ainda menos dos londrinos, também eles com várias alterações nas opções iniciais. Destaque nas duas partidas: Bernardo Silva.

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O internacional português começou este sábado da melhor forma, sendo nomeado para os dois principais prémios da Associação de Jogadores Profissionais: Jogador do Ano, a par de Kun Agüero, Virgil Van Dijk, Eden Hazard, Sadio Mané e Raheem Sterling (a título de curiosidade, Cristiano Ronaldo foi o único a conseguir ganhar o galardão quando estava no Manchester United); e Jogador Jovem do Ano, com Trent Alexander-Arnold, David Brooks, Marcus Rashford, Declan Rice e Sterling. A bola começou a rolar e a isso juntou ainda a nomeação para Homem do Jogo, no triunfo por 1-0 que colocou de novo os citizens na frente da Premier League, com um ponto a mais do Liverpool e quatro encontros por jogar até ao final.

Sobre o jogo em si, os primeiros minutos acabaram por enganar quem pensasse que seria possível repetir o jogo de sete golos da Liga dos Campeões. Son, numa jogada que começou num erro proibido de John Stones, até obrigou Ederson a primeira defesa logo aos três minutos mas seria o Manchester City a ganhar vantagem logo a abrir, com Bernardo Silva a cruzar da direita após jogada individual, Agüero a assistir de cabeça e Phil Foden a empurrar na pequena área para o 1-0 (5′). Ainda houve uma boa tentativa de Eriksen e um remate de Bernardo à figura de Gazzaniga mas num ritmo mais baixo do que na quarta-feira.

O jovem médio de 18 anos, que foi titular no Campeonato apenas pela segunda vez, tornou-se com o golo o terceiro jogador mais novo de sempre do Manchester City a marcar na prova depois de Micah Richards e Sturridge, sendo o primeiro nascido este século a festejar um golo pelos campeões ingleses. E um golo que seria mesmo decisivo, após uma segunda parte onde houve apenas duas oportunidades flagrantes (para Sterling e Lucas Moura) e um lance muito protestado pelo Tottenham, por corte com o braço de Kyle Walker após cabeceamento de Dele Alli. Ao contrário de quarta-feira, este jogo não teve VAR…

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No final do encontro, e como é habitual na Premier League, dois jogadores do City foram à zona das entrevistas rápidas. E foi aí que se deu o outro grande momento do jogo: Bernardo Silva foi mesmo distinguido com o prémio de Melhor do Jogo mas acabou por dar o galardão a Phil Foden. “Honestamente, acho mesmo que merece. Ele é tão novo, marcou o golo da vitória. Toma, este é para ti!”, explicou o internacional português, perante o sorriso quase envergonhado do jovem de 18 anos.