“Geriu mal antes da greve. Geriu mal o início da greve e geriu francamente bem o final da greve”. Foi assim que Luís Marques Mendes resumiu aquela que foi, a seu ver, a atuação do Governo na greve dos motoristas de matérias perigosas desta semana. O ex-líder do PSD e comentador defendeu, no seu espaço de comentário habitual, na SIC, que “aquilo” que o Governo “fez no final, podia ter feito no início”, referindo-se ao acordo que mediou entre motoristas e patrões e que pôs fim à greve.

O ex-líder do PSD acredita que o “Governo desvalorizou” o pré-aviso de greve e que “podia ter mediado este conflito nos dias anteriores”. “Podia conseguir ou não conseguir resultados, mas tentava”, disse. Marques Mendes defendeu também que o Governo podia ter tido “um plano de intervenção mais eficaz, por exemplo, se plano de racionamento de combustível tivesse sido anunciado mais cedo podia ter evitado problemas maiores”.

É muito a maneira de ser deste Governo e sobretudo a imagem de marca deste primeiro-ministro, que é sempre desvalorizar, naquele otimismo que o caracteriza”, disse ainda.

Marques Mendes considerou ainda “um absurdo completo” o facto de os serviços mínimos impostos apenas previssem o abastecimento das cidade de Lisboa e Porto. “E o resto do país?”, questionou. “São este políticos que mais falam de descentralização e regionalização e que mais defendem o interior, mas, como se vê, é um amor postiço“, disse.

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O ex-líder do PSD elogiou, no entanto, a atuação do Governo na fase final da greve. “Agiu francamente bem, mas há que dizer que agiu no limite”, disse o comentador. Marques Mende afirmou ainda que o ministro Pedro Nuno Santos “foi uma espécie de bombeiro de serviço mas foi um bombeiro competente”. “O Governo bem pode agradecer-lhe”, considerou.

Para o comentador, esta greve foi “uma grande lição”. “Por um lado, o pais está vulnerável, como se vê. Por outro,  continua a ter esta tendência para só investir em obras de fachadas, naquilo que enche o olho”, explicou, enaltecendo a necessidade de uma solução “mais eficaz”: a de ser construir um oleoduto para o abastecimento de combustível ao aeroporto de Lisboa.

Há soluções para abastecer o aeroporto por oleoduto, mas até agora não foram estudadas