Pelo menos 70 mil pessoas foram chamadas aos centros de saúde, desde o final de 2016, para receber a vacina contra o sarampo. A informação foi confirmada ao jornal Público pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que sublinhou como o país tem atualmente os maiores valores de sempre no que diz respeito à imunização contra o sarampo, doença cujo número de casos está a aumentar a nível mundial.

“Mais de 70 mil pessoas foram repescadas desde o final de 2016. Ainda temos algumas que não estão vacinadas com as duas doses, mas dependendo do número de imigrantes que possa entrar sem vacinação feita, não teremos muito mais margem para repescar”, confirmou Graça Freitas ao Público. O processo de repescagem tinha como objetivo garantir a imunização completa, com duas doses, uma dada aos 12 meses e a segunda aos cinco anos. Os centros de saúde contactaram diretamente os utentes, através de SMS, email, contacto telefónico ou até visitas ao domicílio.

O valor avançado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) representa um aumento de 10 mil pessoas vacinadas contra o sarampo quando comparado com o ano passado. “Os valores da avaliação de 2018 são francamente bons. A cobertura para a segunda dose da vacina nas crianças com sete anos em todo o país em 2018 foi de 97,4%. São os maiores valores de sempre. Estamos 2,3 pontos acima da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, afirmou Graça Freitas. Tanto Lisboa e Vale do Tejo como o Algarve superaram os 95% de taxa de cobertura vacinal, o valor mínimo para garantir a imunidade de grupo.

O processo de repescagem, iniciado no final de 2016, surgiu na sequência dos alertas da OMS sobre o aumento do número de casos de sarampo (28 mil em 2018, 112 mil em abril de 2019, por exemplo). O processo ganhou mais força em 2017, na sequência de dois surtos em Portugal, tendo um deles matado uma jovem não vacinada.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR