A EDP Renováveis chegou a acordo com vários investidores institucionais para “a venda da participação acionista total” da empresa “e dos empréstimos acionistas” de projetos eólicos avaliados em 800 milhões de euros, dando cumprimento ao plano de rotação de ativos.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa detalhou que o negócio é relativo a um portfólio de “tecnologia eólica onshore [em terra] com 997 Megawatts (MW) de capacidade instalada”, em Portugal, Espanha, França e Bélgica, sendo os compradores “investidores institucionais aconselhados por J. P. Morgan Asset Management”.

Este portfólio, de acordo com a empresa, conta com 491 MW líquidos “para a EDPR – participação acionista de 51% na maioria dos parques eólicos”, sendo que o valor da venda está “sujeito a ajustes aquando da sua conclusão”.

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Apesar de alienar estes ativos, a EDPR estabeleceu um acordo de prestação de serviços, segundo o qual prestará “serviços operacionais e de manutenção no portfólio” em causa.

“O perímetro da transação abrange 388 MW em operação em França, 348 MW em operação em Espanha, 191 MW em operação em Portugal (parte dos ativos da ex-ENEOP) e 71 MW em operação na Bélgica”, precisa a empresa liderada por Manso Neto, referindo que estes ativos iniciaram, em média, operação há sete anos.

A EDPR recordou que já tinha vendido “no passado, participações minoritárias nestes parques eólicos, nomeadamente em 2013, 2014 e 2016, e chega agora a um acordo para vender as restantes participações que detinha nestes projetos”, segundo a mesma nota.

A empresa revela ainda que tendo em conta o preço da transação e a dívida líquida externa, o valor total de 100% dos ativos “ascende a 1,6 mil milhões de euros, o que representa um múltiplo total unitário implícito de 1,6 milhões de euros/MW”.

A conclusão da venda está prevista para o segundo trimestre, estando sujeita a condições regulatórias e outras “comuns nestes projetos”, disse a EDPR.

Em março, o presidente da EDP anunciou aos investidores a intenção de proceder à rotação de ativos, que deverá render cerca de 4.000 milhões de euros nos próximos quatro anos. António Mexia adiantou então que a estratégia será mais arrojada do que nos últimos anos, uma vez que a empresa passará da venda “só de posições minoritárias para vendas de participações maioritárias, o que reduz o risco, permite acelerar o crescimento, fazer mais projetos ao mesmo tempo”.

O gestor adiantou ainda que a alienação de ativos pretende “começar pela redução de tecnologias mais poluentes”.