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  • Sánchez, Casado, Rivera e Iglesias — e, também, o ausente Abascal. Os dois debates televisivos ajudaram a definir o presente e o futuro das eleições espanholas. Para onde vai cada candidato? O João de Almeida Dias juntou cinco provérbios que dão cinco pistas sobre o caminho que cada um deverá seguir até domingo — e o lugar onde poderá estar na segunda-feira.

    5 candidatos, 5 provérbios. O que dizem os debates sobre as eleições espanholas?

    Obrigada por nos ter acompanhado. Tenha uma boa quarta-feira!

  • Terminou o debate.

  • O minuto de ouro de Pablo Iglesias

    “É verdade que os donos dos meios de comunicação têm mais poder de que os deputados. É verdade que os bancos em Espanha dobram o braço ao Tribunal Supremo. É verdade que as empresas energéticas compram políticos levando-os para conselhos de administração. E é verdade as cloacas continuem a trabalhar para que não estejamos num governo. É verdade que os poderes económicos e os seus braços económicos pressionarão Sánchez e Rivera para que façam um acordo de governo”, disse.

    E continuou: “Mas também é verdade que quando as pessoas se mexe, as coisas mudam. E issso foi demonstrado pelas mulheres no 8 de março, pelos pensionistas e pelos jovens que saíram às ruas para dizer que não temos dois planetas. A História não está escrita e no próximo domingo és tu que a escreves. Sim, podemos”

  • Minuto de ouro de Albert Rivera

    “Nasci em Barcelona há 39 anos. A minha mãe é uma mulher andaluza, que nasceu em Málaga, numa aldeia de 400 habitantes. O meu pai é catalão, de Barceloneta. Estou muito orgulhoso de ser catalão e espanhol e da minha família. Nunca nos deram nada. Sou filho de trabalhadores por conta própria e neto de comerciantes. Gente que se esforçou. Os meus pais ensinaram-me que na vida é preciso esforço e que ninguém nos dá nada. Ensinaram-me a respeitar, a ser livre e a acreditar. Acreditar que as coisas podem mudar, mas trabalhando e olhando para a frente. Tenho uma filha, sou pai. Uma filha que vai fazer oito anos esta sexta-feira, a Daniela, e quero o melhor para ela e para os vossos filhos”, disse.

    E continuou: “Os espanhóis são a minha grande família, também. Somos todos parte da grande família que é Espanha. Quando estamos juntos somos imparáveis. Quando estamos juntos, somos mais fortes. Por isso, no próximo 28 de abril, juntos, façamos História. Vamos!”.

  • Minuto de ouro de Pedro Sánchez

    “É evidente que há duas certezas nestas eleições. Uma delas é que se estas duas direitas que estão presentes se somarem à ultra-direita que está ausente, vão fazer em Espanha o que fizeram na Andaluzia. Disso não há dúvidas. A outra certeza é que o único partido que pode ganhar a estas três direitas e fazer com que Espanha continue a olhar para ao futuro — justiça social, convivência e limpeza política — é o PSOE”, começou por dizer Pedro Sánchez.

    E continuou: “Hoje insisto que no próximo 28 de abril façamos entre todos uma moção de censura enorme e social à corrupção, à desigualdade e à confrontação política. Há que dizê-lo alto e aqueles que estão instalados na crispação e na confrontação política têm de ouvi-lo. Digamo-lo alto. Com respeito, mas alto: estamos perto”.

  • Minuto de ouro de Pablo Casado

    Pablo Casado: “Há 9 meses apresentei-me no PP para recuperar a confiança de uma maioria de espanhóis em torno do projeto que mais fez por Espanha. Criou 6 milhões de emprego, garantiu as pensões, derrotou a ETA; parou o plano Ibarretxe e o golpe de Puigdemont. Na próxima semana poderá eleger-se, e se quiserem que continue a mandar Torra e Otegui, votem no PSOE. Se não vos importa que haja uma nova recessão podem votar no Podemos”.

    E continuou: “Se quer uma mudança de verdade em Espanha, o único valor seguro é o PP. Por isso peço-lhes o voto. Para defender sem complexos a unidade nacional. Para apostar na descida de impostos e criação de emprego e valorização das pensões. Para salvaguardar a sua segurança, a educação e a saúde dos seus”.

    E finalizou: “Temos de unir esse voto, porque senão dividimos os espanhóis. Se se dividem, ganham os separatistas e vem a crise económica”.

  • Sánchez falou mais do que todos os candidatos

    A contagem do tempo de cada candidato: Sánchez com 28 minutos; Casado 26 minutos; Iglesias e Rivera 25 minutos.

  • Agora um pequeno intervalo, seguindo-se depois o “minuto de ouro” de cada candidato. Será a parte final do debate.

  • Pablo Iglesias volta a pedir moderação no tom: "As barbaridades que vocês dizem não são sensatas"

    “Creio que neste tema uma certa noção das medidas e da proporcionalidade nos faria bem a todos. Creio que podemos apontar coisas ao senhor Sánchez, mas, vá lá, dizer que é amigo de terroristas ou que é um golpista é exagerado”, disse.

    “Podemos dizer que o senhor Sánchez é incoerente. Pode ser. Durante a sua campanha nas primárias [socialistas] disse que Espanha era plurinacional e logo depois disse que não. Disse que dialogava [com os independentistas] com um relator, mas assim que se reuniram [os três partidos de direita, numa manifestação na Praça de] Colombo voltou atrás e disse que não. É verdade que Às vezes diz uma coisa e depois faz outra. Mas creio que as barbaridades que vocês dizem não são sensatas”, disse.

    E depois repetiu o que já tinha dito ontem: “Todos aqui sabemos que os problemas na Catalunha só se podem resolver com diálogo”.

  • Sánchez nega referendos aos independentistas, mas defende diálogo com eles

    “Não é não. Nem independência, nem referendo, nem quebra da Constituição espanhola”, disse o Presidente de Governo. “Mas quero dizer uma coisa: nós vamos dialogar dentro da Constituição com todas as forças políticas. Dentro sim. Fora não.”

  • Rivera: "Com Sánchez, estaremos nas mãos de Torra e de Puigdemont mais quatro anos"

    “Na Catalunha, ameaçam aqueles que defendem a liberdade, pouco importa de que partido sejam. A mim também mo fizeram”, disse Albert Rivera.

    “Isto é uma foto de uma ameaça de morte, com uma bala. Dois anos de prisão, é um delito. Mas a mim não me preocupa que me ameaça, sou um cargo público, posso ter recursos. A mim preocupa-me que ameacem os juízes, com o juiz Llarena. Esta é a casa do senhor Llarena. O que fizeram? Rebentaram-na com tinta amarela”, disse Albert Rivera, mostrando fotografias alusivas ao que foi dizendo.

    E terminou: “Com Sánchez, estaremos nas mãos de Torra e de Puigdemont mais quatro anos. Se eu governar, logo desde o início garanto que pensarei em todos os espanhóis menos naqueles que querem liquidar Espanha”.

  • Casado diz que "Iglesias é o candidato preferido dos inimigos de Espanha"

    O líder do PP diz que “Iglesias é o candidato preferido dos inimigos de Espanha”. E acrescentou: “Não é um candidato fiável, porque para presidir a um país não nos podemos aliar com aqueles que o querem quebrar”.

    Mas logo depois se atirou contra Pedro Sánchez, acusando-o de não denunciar incidentes que foram noticiados, onde independentistas catalães agiram contra políticos do PP ou outros unionistas. “Porquê? Porque você precisa dos votos deles!”, explicou Pablo Casado.

  • Pablo Iglesias defende diálogo e referendo na Catalunha

    “A própria Constituição espanhola fala de diferentes tipos de territórios. Fala de regiões e de nacionalidades.s E creio que num momento como este, em que o nosso país decidiu a soberania em política monetária e económica, creio que podemos adaptar-nos à realidade completa do nosso país a partir do diálogo”

    “Nós defendemos que haja uma consulta popular na consulta e defenderemos que a Catalunha continue em Espanha, mudando algumas coisas em Espanha”, sublinhou, repetindo uma posição que é consensual no Podemos em Madrid mas que nem sempre o foi nas suas “sucursais” regionais, como é a da Catalunha.

    E depois rematou: “Há pessoas, entre as que se enrolam na bandeira de Espanha, que não gostam de Espanha. Porque Espanha não é só o que vimos na Praça de Colombo, que é muito respeitável. Mas Espanha são mais coisas. Há muitos espanhóis que não gostam de touradas, que se identificam com símbolos diferentes e que falam línguas diferentes. Eu gosto dessa Espanha diversa e não daquela que alguns nos querem impingir com golpes”

  • Agora fala-se de outro tema quente: a questão territorial, em particular a Catalunha.

  • Albert Rivera, o rei do adereços

    Albert Rivera abre um papel com mais de um metro de comprimento onde, diz, o líder do Ciudadanos, estão todos os casos de corrupção do PSOE. De seguida, pede explicações a Pedro Sánchez, que apenas se queixa: “Lá está, o cordão sanitário contra o PSOE”.

    Dúvidas houvesse, o líder do Ciudadanos é mesmo o candidato que utiliza mais adereços nestes debates: fotografias, teses de doutoramento, listas “quilométricas”…

  • Líder do Vox: "Ouvi dizer que o Presidente ilegítimo está obcecado comigo"

    O Vox e o seu líder, Santiago Abascal, não estão fisicamente no debate — mas a verdade é que Pedro Sánchez já falou deles (como arma de arremesso contra o PP e o Ciudadanos) várias vezes. Perante isso, Santiago Abascal escreveu isto no Twitter: “Ouvi dizer que o Presidente ilegítimo — apoiado pela foice e martelo [símbolo comunista] e pelo machado e a serpente [símbolo da ETA] — está obcecado comigo e que está a mentir como um miserável sobre o Vox no debate. No dia 28 de abril vai acabar a sua fuga em frente. A Espanha viva vai colocá-lo no seu lugar”.

  • Pablo Iglesias: "Sinto muita vergonha pela forma como este debate está a decorrer"

    “Sinto muita vergonha pela forma como este debate está a decorrer. Estamos a falar de violência machista — e falar de violência de género é violência machista — e creio que podemos entrar em acordo nalgumas propostas e eu trago modestamente quatro”, disse.

    A primeira é mudar o código penal; a segunda é equiparar aos crimes sexuais, como os da Manada sejam julgados como de violação; depois duas que ajudam mulheres vítimas de “violência machista”. A primeira é arranjar “alternativa habitacional imediata” e a segunda é “um salário mínimo interprofissional de seis meses prolongáveis” para uma mulher vítima de violência.

    E aproveitou para falar do Vox: “Creio que é evidente que o que o Vox representa é um retrocesso nos direitos que as mulheres do nosso país conquistaram. E dizer isto não é uma ofensa para ninguém, é dizer o raio da verdade!”.

  • Sánchez volta a insistir no tema da violência contra as mulheres para atirar contra PP e Podemos

    O primeiro a responder sobre este tema foi Pablo Casado, do PP. “Temos de pensar que a diferneça salarial e nas pensões, também a igualdade de oportunidaes, a concilaãça e sbrtudo a a autonomia é ter um emprego para não depender de ninguém. Se há um sem-vergonha que exerce algum tipo de maus tratos tem que ser absolutamente…”, disse Pablo Casado, até que foi interrompido por Pedro Sánchez.

    “… é incrível. A verdade é que estou indignado. você não tem noção que há mulheres que nos estão a ver que são catedráticas da universidade e que sofrem agressões sexuais? Ou advogadas, ou juízas. Você está a dizer que as pessoas que não têm emprego são as que sofrem a agressão sexual ou a violência de género? Senhor Casado, tem que se informar antes! Como pode dizer que, depois do que se passou com a Manada, que o código penal não tem de ser reformado para que se diga claramente qu se tipificam os delitos de agressão sexual e que um ‘não é um não’?”

    Depois falou Albert Rivera. “Espanha não merece um Presidente de Governo como o senhor Sánchez, que joga com a dor das mulheres”, disse o líder do Ciudadanos. “O senhor Sánchez não está à altura do governo.”

  • Agora o tema é a violência de género — tema que Pedro Sánchez já tinha, seja como for, levado à mesa.

  • Fez-se agora um pequeno intervalo. O debate de hoje está bem mais animado — e dinâmico — do que ontem. A dinâmica de ataque do centro-direita a Pedro Sánchez mantém-se, mas Pablo Iglesias também entrou declaradamente a jogo, depois de um estilo mais calmo e tímido ontem. Pedro Sánchez está hoje mais agressivo do que ontem — além de responder aos ataques que lhe são feitos, ele próprio lança os seus. Pablo Casado está também mais ativo do que ontem.

    O debate já foi retomado.

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