Depois da vitória do Atl. Madrid ao início da tarde perante o Valladolid, o Barcelona sabia que era necessário vencer para se sagrar já este sábado bicampeão espanhol. A festa, porém, estava envolta em constrangimentos: se as primeiras notícias anunciavam que Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, iria assistir à receção do Barça ao Levante em Camp Nou e entregaria o troféu da Liga espanhola aos catalães logo após o apito final, a presença do dirigente espanhol não estava confirmada horas antes do início da partida e ainda não se sabia, na hora do arranque do jogo, quem iria comandar a cerimónia. Já durante a partida, foi confirmado que seria Rubiales a entregar a taça a Messi.

Mais. Em caso de vitória e conquista do 26.º título de campeão do seu palmarés, o Barcelona já sabia que não poderia realizar o habitual cortejo pelas ruas da cidade catalã e festejar com os adeptos. Não só porque os jogadores de Ernesto Valverde voltam a entrar em campo na próxima quarta-feira, contra o Liverpool e nas meias-finais da Liga dos Campeões que escapavam há três edições, mas também porque este sábado é dia de reflexão em sábado. A lei espanhola impede então a habitual comemoração do título nas ruas na noite que antecede as eleições gerais e a festa teria de ficar adiada para as próximas semanas.

Nada disso impediu mais de 90 mil pessoas de se deslocarem até Camp Nou para assistir ao mais que provável jogo do título. Contra uma equipa que ainda luta pela manutenção no principal escalão do futebol espanhol, Ernesto Valverde deu a titularidade ao português Nélson Semedo mas fez descansar Lionel Messi, que começou no banco, e entregou a frente de ataque a Suárez, Philippe Coutinho e Dembélé. Mas depois de uma primeira parte de total controlo e supremacia mas em que escassearam as verdadeiras oportunidades de golo, face ao esquema inevitavelmente defensivo montado pelo Levante, Valverde acabou por não resistir e fez xeque-mate à conquista do título ao fazer entrar Messi. O avançado argentino entrou aos 45 minutos e marcou aos 61, depois de uma assistência de Arturo Vidal.

Depois de se ver em desvantagem, o Levante subiu no relvado e fez cinco remates nos 15 minutos que se seguiram ao golo de Messi — depois de não ter realizado nenhum até então. O Barcelona, já com a cabeça no troféu, fechou-se na defesa e terminou mesmo o jogo a sofrer, com uma bola no poste da baliza de Ter Stegen e o Levante totalmente instalado no meio-campo adversário, a fazer de tudo para evitar ser o bobo da corte da festa blaugrana.

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A equipa do português Rúben Vezo, que foi titular e jogou os 90 minutos, não conseguiu chegar ao empate e o Barcelona sagrou-se bicampeão espanhol em Camp Nou, vencendo a Liga pela oitava vez em 11 anos, numa temporada em que ainda pode conquistar a Taça do Rei e também a Liga dos Campeões. Ernesto Valverde tentou poupar Messi, já a pensar na primeira mão das meias-finais da Champions com o Liverpool, mas o argentino teve de saltar do banco para marcar o 24.º golo enquanto suplente na Liga espanhola, mais do que qualquer outro jogador no século XXI.