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Raphinha voltou, entregou o caso à justiça e resolveu (a crónica do Sporting-V. Guimarães)

Este artigo tem mais de 4 anos

Raphinha, que foi o centro de uma desavença entre Sporting e V. Guimarães, fez um golo, deu outro e foi o melhor de um jogo que só teve um sentido. Os leões somaram a 8.ª vitória consecutiva na Liga.

O ala brasileiro falhou o último jogo por castigo
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O ala brasileiro falhou o último jogo por castigo

Pedro Rocha / Global Imagens

O ala brasileiro falhou o último jogo por castigo

Pedro Rocha / Global Imagens

Era um espécie de déjà vu que uns queriam repetir e outros queriam apagar. Na primeira volta, dois dias antes no Natal, o Sporting visitou o Vitória de Guimarães com sete triunfos consecutivos na bagagem e um mês e meio a marcar pelo menos um golo em todos os jogos. No D. Afonso Henriques, os leões caíram com um golo solitário de Tozé ainda na primeira parte e assistiram ao princípio do fim daquilo que até mereceu a alcunha de efeito Keizer, Keizerização, keizerball e outras dezenas de estrangeirismos a que o impacto inicial do treinador holandês deu origem. Este sábado, mais de quatro meses depois, o Sporting recebia o V. Guimarães durante o período mais estável da época, em que leva sete vitórias consecutivas na Primeira Liga.

A memória da primeira derrota desde que chegou a Portugal serviu de pretexto a Marcel Keizer para sublinhar que a equipa tirou “lições” desse desaire em Guimarães e lembrou que o Sporting está melhor em vários setores. “Aprendemos com os erros no jogo da primeira volta. Antes de perdermos lá, tínhamos ganhado sete jogos e quebrámos esse ciclo. Há sempre lições a tirar quando perdemos. Neste momento, estamos melhores na posse de bola, em termos defensivos. Estamos mais organizados e temos utilizado outros jogadores. A equipa melhorou desde esse jogo”, explicou o treinador holandês, que voltava a ter Renan, Wendel e Raphinha no lote de opções e colocava os três brasileiros de forma imediata no onze inicial.

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Ficha de jogo

Sporting-V. Guimarães, 2-0

31.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

Sporting: Renan, Ristovski, Coates, Mathieu, Acuña, Wendel (Miguel Luís, 85′), Doumbia, Bruno Fernandes, Raphinha, Luiz Phellype (Jovane, 88′), Diaby (Borja, 67′)

Suplentes não utilizados: Salin, Ilori, Pedro Marques, Bruno Gaspar

Treinador: Marcel Keizer

V. Guimarães: Miguel, Sacko, Osório, Pedro Henrique, Rafa Soares (Florent, 45+4′), Joseph (Pêpê, 67′), Wakaso, Rochinha, Tozé, Ola John (Guedes, 53′), Davidson

Suplentes não utilizados: Douglas, Teixeira, Hélder, Frederico Venâncio

Treinador: Luís Castro

Golos: Raphinha (39′), Luiz Phellype (51′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Wakaso (42′)

O guarda-redes e o ala voltavam após terem cumprido castigo contra o Nacional, na passada semana, e o médio regressava depois de ter sido sancionado pelo clube por ter viajado até Turim para assistir ao Juventus-Ajax da Champions sem autorização interna. Borja, que esteve lesionado, também voltava à convocatória mas começava no banco de suplentes, já que era Acuña o lateral esquerdo titular. Bas Dost, mesmo recuperado, ficava novamente fora das opções, e Doumbia rendia o castigado Gudelj na zona mais recuada do meio-campo leonino.

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Do outro lado, Luís Castro procurava espantar fantasmas — o V. Guimarães perdeu os dois últimos jogos — com uma mudança no esquema ofensivo. Guedes, a habitual referência no ataque vimaranense, era suplente e os minhotos atuavam com um desenho mais móvel, com Rochinha a funcionar enquanto falso ‘9’, Ola John a apoiar na ala direita, Davidson na esquerda e Tozé nas costas. Mattheus Oliveira, brasileiro que é normalmente titular na faixa intermédia do V. Guimarães, era a principal ausência por estar emprestado pelo Sporting.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-V. Guimarães:]

O Vitória de Guimarães viajou até Lisboa de forma descomplexada e dominou os primeiros instantes da partida, com o Sporting a mostrar muitas dificuldades na saída de forma apoiada. A equipa de Luís Castro construiu uma ocasião de muito perigo ao passar do primeiro quarto de hora (16′), que só não deu golo porque Davidson não respondeu com uma boa receção ao grande passe de Ola John, mas depressa perdeu o ímpeto ofensivo que mostrou nos primeiros minutos. A ausência de uma referência destacada no ataque, face ao facto de Guedes estar no banco de suplentes, deixava o setor mais adiantado do V. Guimarães com muita mobilidade mas pouco foco, sem ninguém para responder às bolas colocadas entre Coates e Mathieu.

O Sporting deu a ideia de querer crescer no encontro ainda no mesmo minuto em que Davidson desperdiçou a assistência de Ola John, com um remate de Diaby ao lado. Daí e no quarto de hora seguinte, os leões acertaram três vezes nos postes da baliza de Miguel Silva: primeiro foi Raphinha, a aparecer em velocidade para rematar à trave (18′); depois foi Bruno Fernandes, que atirou ao poste já quase sem ângulo descaído na direita (20′); e por fim Luiz Phellype, que cabeceou ao poste no seguimento de um cruzamento de Raphinha (33′). Pelo meio, Mathieu ainda obrigou Miguel Silva a defesa apertada a um livre direto (30′) e o Sporting já jogava totalmente instalado no meio-campo defensivo do V. Guimarães, desperdiçando oportunidades uma atrás de outra.

O golo mais do que anunciado chegou já nos minutos finais da primeira parte e por intermédio daquele que estava a ser o principal dinamizador do ataque leonino. Depois de uma recuperação de bola no meio-campo, Bruno Fernandes lançou Raphinha na direita e o brasileiro inaugurou o marcador depois de uma volta de 360º graus para fugir a Miguel Silva. O lance, contudo, está envolto em polémica: no início da jogada, os jogadores do V. Guimarães pediram grande penalidade de Acuña sobre Rochinha. Rui Costa mandou jogar, os minhotos ainda recuperaram a bola mas perderam segundos depois, dando espaço para o lance que acabou por terminar em golo. O árbitro consultou o VAR e validou o golo, numa decisão que se explica pelo facto de o V. Guimarães ainda ter recuperado a bola — logo, o eventual penálti não teria influência no golo. Fica eventualmente por assinalar, porém, a falta sobre Rochinha, seja ela dentro ou fora de área.

O jogo só recomeçou cinco minutos depois do golo, Wakaso viu cartão amarelo por protestos, Flávio Meireles e Moreno foram expulsos do banco do V. Guimarães e Luiz Phellype ainda teve tempo para acertar outra vez na trave com um remate forte após um passe de Bruno Fernandes. O Sporting ia para o intervalo enquanto única equipa que merecia a vantagem, apesar de toda a polémica que envolve o golo, e os vimaranenses precisavam de fazer mais para parar o fluxo ofensivo dos leões.

Nos instantes iniciais da segunda parte, ficou bastante clara qual seria a estratégia do Sporting para o segundo tempo: atrair o V. Guimarães para linhas de pressão mais subidas e aumentar de forma inevitável o espaço entre os setores da equipa minhota, beneficiando depois dos desequilíbrios causados por essa distância. Foi dessa forma que os leões acabaram por chegar rapidamente ao segundo golo, com uma grande investida individual de Raphinha no corredor direito, que depois soltou para a pequena área e para Luiz Phellype, que apareceu ao primeiro poste a marcar pela quinta jornada consecutiva na Primeira Liga (algo que só Dost, Seferovic e Jonas haviam feito esta temporada).

Depois de várias oportunidades desperdiçadas pelo Sporting e que poderiam ter dado o terceiro golo — duas de Bruno Fernandes (56′ e 60′) e outra de Raphinha (58′) –, o ritmo da partida acabou por cair de forma inevitável, muito devido ao recuo do Sporting no relvado e à gestão da vantagem de forma serena por parte da equipa de Alvalade. Luís Castro reagiu com com as entradas de Guedes e Pêpê, depois de ter lançado Florent ainda na primeira parte, mas o V. Guimarães nunca conseguiu atacar com especial discernimento ou inspiração, mantendo-se sempre longe do último terço leonino.

Raphinha, com um golo e uma assistência e enquanto grande dinamizador da máquina leonina, defrontou a equipa que o ajudou a saltar para um “grande” do futebol português, festejou de forma contida e foi o melhor elemento do Sporting depois de ter cumprido castigo na jornada anterior. O ala brasileiro, a contratação da atual temporada com maior impacto direto no clube de Alvalade, foi o centro de uma disputa judicial entre Sporting e V. Guimarães que até teve um pedido de insolvência da SAD leonina por parte dos minhotos. Este sábado, voltou à equipa, entregou o jogo à justiça que era a supremacia dos leões e resolveu.

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