No final do jogo com o Manchester United, que era visto por muitos como a chave da decisão do título em Inglaterra, Guardiola viu a sua equipa arrancar um triunfo fundamental por 2-0 mas não deixou de lançar alertas para o que se seguia. “Foi importante mas não decisivo, não ganhámos nada”, repetiu por uma, duas, três vezes. O Manchester City podia levar uma série de 11 partidas consecutivas a vencer mas havia lá uma mensagem clara para jogadores e adeptos, sobretudo direcionada para o encontro fora com o Burnley deste domingo – não pela capacidade do adversário mas pela sua forma de jogar.

O City venceu o United no dérbi de Manchester e Bernardo abriu a porta ao bicampeonato com o pé esquerdo

Nos últimos lugares da tabela classificativa mas com a permanência praticamente assegurada, a equipa de Sean Dyche consegue criar dificuldades como visitado a qualquer conjunto sempre que coloca em prático o estilo mais físico de jogo, quase numa antítese daquilo que caracteriza este City. Foi daí que surgiu a principal dificuldade do candidato ao título, com os elementos mais pequenos e dotados tecnicamente do campeão inglês a serem obrigados a outras tarefas que não as habituais. No final, o triunfo pela margem mínima acabou por surgir com golo de Kun Agüero e Bernardo Silva de novo como um dos destaques.

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Ainda assim, os números enganam muito: o City teve quase 30 remates à baliza (menos de dez enquadrados) contra apenas dois do Burnley, foi desperdiçando várias oportunidades e entrou numa zona perigosa do encontro a ameaçar perder o controlo emocional no jogo quando o árbitro não assinalou uma grande penalidade clara por corte com o braço de Westwood na área. Era quase um jogo do tiro à boneco, com inúmeras bolas salvas por Tom Heaton até ao 62′, altura em que Bernardo Silva cruzou, Aguero conseguiu rodar na área e rematou antes de um corte ligeiramente para lá da linha que apenas foi confirmado como golo por ação da tecnologia de golo. Gabriel Jesus ainda teve mais uma soberana chance mas o principal objetivo passou por ser aguentar o 1-0, com Stones e Otamendi a juntarem-se a Kompany e Laporte nos minutos finais.

Com este resultado, o Manchester City subiu de novo à liderança com 92 pontos, mais um do que o Liverpool quando faltam apenas duas jornadas para se chegar ao final da prova. Na próxima ronda, o conjunto de Pep Guardiola vai receber o Leicester (que tem vindo a subir desde que Brendan Rodgers assumiu o comando), ao passo que a equipa de Jürgen Klopp defronta fora o Newcastle, um encontro tradicionalmente difícil. A última ronda terá Brighton-City e Liverpool-Wolverhampton.