Ainda em visita de Estado à China, Marcelo Rebelo de Sousa não quis comentar as eleições espanholas que tiveram lugar este domingo, por ser “um assunto da vida política espanhola”. No entanto, o Presidente da República deixou o desejo de que “a Espanha continue o seu percurso como uma grande democracia, como uma grande economia, como um grande país irmão vizinho e, portanto, com uma projeção na Europa e no mundo, que é indiscutível”.

Marcelo Rebelo de Sousa garante que esta indefinição política que se vive em Espanha não vai afetar as relações com Portugal. “As relações entre dois países nunca são afetadas pela evolução democrática em qualquer um deles”, sublinhou o chefe de Estado português, acrescentando que “aquilo que é bom para a Espanha é bom para a Europa e é naturalmente bom para Portugal”.

Eleições em Espanha. Os vencedores, os vencidos e os que depende do ponto de vista

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O primeiro-ministro, António Costa, felicitou, numa mensagem no Twitter, a vitória de Sánchez pela vitória nas eleições espanholas que considerou serem “marcadas por uma forte participação cívica”.

Também os deputados do PCP, PSD e PS reagiram em declarações à TSF aos resultados das legislativas espanholas.

O eurodeputado do PCP e cabeça de lista da CDU às europeias, João Ferreira sublinhou o facto de os vários partidos da direita não terem conseguido a maioria desejada.

“Os resultados expressam uma clara rejeição do PP e dos seus aliados. As forças de direita e da extrema-direita franquista, o PP e a Vox, em que se pensou chegarem a uma maioria ainda que de forma fragmentada não conseguem alcançar a maioria no parlamento”, frisou João Ferreira.

Também o eurodeputado do PSD, Paulo Rangel, alertou para a radicalização do Vox e afirmou que a direita espanhola está cada vez mais dividida. “O que vemos é que os partidos da direita estão em pulverização, no fundo têm três blocos.  Aquilo que era a ala mais radical do PP foi para o Vox e é o PP que sofre esta erosão. A tendência do Vox é para a radicalização”, alertou.

Já o deputado João Marques do PS defendeu que o resultado destas eleições é decisivo para o futuro dos espanhóis. Defendeu que o próximo governo de Madrid terá de ser de “bloco e com eventuais acordos” e referiu a importância da estabilidade política.

“No final de 44 anos de democracia, Espanha está praticamente perante um cenário completamente diferente, novo, com eleições que poderão ser das mais decisivas e importantes e até ideológicas que Espanha já alguma vez teve”, sublinhou João Marques.

Este domingo, o PSOE do primeiro-ministro Pedro Sánchez saiu como o grande vencedor, com quase 7,5 milhões de votos dos espanhóis (28,8%) e 123 deputados eleitos. Os resultados não foram, no entanto, suficientes para se alcançar a maioria absoluta, o que leva os socialistas a terem que negociar com outros partidos para formar governo. Por outro lado, a extrema-direita está de volta ao Parlamento, 40 anos depois, com o Vox a conseguir 2,67 milhões de votos e a eleger 24 deputados.