Após cair com o espanhol Albert Ramos nos quartos de final do então Portugal Open de 2012 (após derrotar Gastão Elias e Denis Istomin), João Sousa atravessou um longo calvário no principal torneio nacional de ténis, caindo de forma sucessiva na ronda inicial que disputou durante cinco anos consecutivos. Com Paolo Lorenzi, em 2013. Com Leonardo Mayer – companheiro do português em pares –, em 2014. Com o wild card Rui Machado, em 2015. Com Nicolás Almagro, em 2016. Com Bjorn Fratangelo, em 2017. No ano passado, tudo mudou. E de forma radical, com o vimaranense a alcançar a primeira vitória nacional no torneio, depois de derrotar o americano Frances Tiafoe na final. Agora, de forma inevitável, tudo seria diferente.

O apoio ao atual 51.º do ranking mundial (que na semana passada estava no top 50) mantém-se e fez com que, como aconteceu esta segunda-feira, muitas pessoas aguentassem o vento e o frio que se abateu ao final do dia para estarem no encontro de pares de Sousa com Leonardo Mayer – e com vitória frente a Santiago Gonzalez e Aisam-Ul-Haq Qureshi, com duplo 6-4. Hoje, com um tempo quase de verão apesar de algum vento que se sentiu em alguns momentos do jogo, o português teve também a melhor estreia no quadro de singulares do Estoril Open apesar das dificuldades sentidas sobretudo no segundo set, derrotando o jovem australiano Alexei Popyrin (113.º do ranking) com os parciais de 6-4, 2-6 e 6-2.

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Sousa e Mayer vencem e estão nos quartos de final de pares do Estoril Open

Depois de um primeiro jogo de serviço de Alexei Popyrin em branco, João Sousa ganhou o seu serviço e chegou a ameaçar o australiano de seguida, não conseguindo contudo capitalizar o 0-30 com que começou esse jogo. Não houve break aí, houve a seguir e para Popyrin, que quebrou o serviço do português e fez de seguida o 4-1 numa fase em que o campeão em título não conseguia encontrar o seu melhor jogo. O vimaranense estava em apuros e chegou a dar mesmo a ideia de que o primeiro set estava perdido, perante a forma como o australiano ia dominando a partida. No entanto, a veia guerreira do português voltou a vir ao de cima, conseguindo uma série de cinco jogos consecutivos que lhe valeram o primeiro set com 6-4.

Após assegurar o seu jogo de serviço e fazer o 4-2, João Sousa aproveitou uma série de erros, entre os quais uma dupla falta, para fazer o contra break. Seguiu-se o jogo determinante para o desenrolar o set inicial, com o português a sentir muitas dificuldades no seu serviço, a ver Popyrin a beneficiar de um total de seis pontos para quebrar o serviço mas a aguentar a pressão e a fechar mesmo o 4-4 antes de voltar a fazer o break ao australiano (que entretanto partiu uma raquete, pela frustração de ver esfumada uma boa vantagem) e aguentar o serviço que fechou as contas do primeiro set.

O australiano continuou a sentir algumas dificuldades no arranque do segundo set e João Sousa chegou mesmo a ter um ponto de break no serviço do australiano para fazer o 2-1 mas não só falhou nesse momento como veria o seu serviço quebrado logo a seguir, com Popyrin a não cometer os erros do set inicial e a fazer o break antes de ganhar o seu serviço e chegar de novo ao 4-1, mantendo depois o bom nível e fechando o segundo parcial em 6-2 com mais uma quebra de serviço ao português. Duas grandes diferenças: a eficácia nos segundos serviços e a percentagem de breaks convertidos (100%).

Antes do terceiro e decisivo set, João Sousa pediu a assistência ao fisioterapeuta devido a um problema no dedo da mão direita mas o vimaranense estava mesmo apostado em melhorar o seu jogo e manter-se na luta pela reconquista do título no Estoril Open, começando logo com um break antes de sofrer o contra break de Popyrin e voltar a quebrar o serviço ao australiano, numa alternância que acabou de vez quando Sousa fechou o 4-2 no seu serviço, terminando o set em 6-2 e com um ás.

Na próxima ronda, João Sousa vai defrontar o belga David Goffin, quarto cabeça de série do torneio e 25.º do ranking ATP que passou diretamente para a segunda ronda. O ex-sétimo melhor do mundo vem de dois resultados menos conseguidos na terra batida, tendo perdido na segunda ronda em Monte Carlo (Dusan Lajovic) e na primeira em Barcelona (Jan-Lennard Struff).