A Airbus teve um lucro líquido consolidado de 40 milhões de euros no primeiro trimestre, o que corresponde a uma queda de 86% face ao lucro de 283 milhões de euros no mesmo período homólogo, informou esta terça-feira a empresa.

“O resultado por ação de 0,05 euros (face a 0,37 euros no período homólogo de 2018) incluiu um ajuste negativo de hedges cambiais [instrumentos financeiros para mitigar os riscos cambiais] no resultado financeiro correspondente à suspensão prolongada de licenças de exportação de defesa”, explica a Airbus em comunicado esta terça-feira divulgado.

O grupo francês do setor da aeronáutica refere “ajustes” negativos no valor de 368 milhões de euros, incluindo “um impacto negativo de 190 milhões de euros como consequência da suspensão prolongada de licenças de exportação de materiais de defesa para a Arábia Saudita pelo Governo alemão”.

A fabricante de aviões também refere “um impacto negativo de 61 milhões de euros relativo ao custo do programa A380”.

No primeiro trimestre, as encomendas líquidas de aviões comerciais foram negativas em 58 (face às 45 encomendas no período homologo em 2018), “após 120 cancelamentos que refletem, principalmente, o encerramento do programa A380 e o acordo comercial com a Etihad [companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos]”, adianta a companhia.

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A Airbus anunciou em fevereiro que iria deixar de fabricar o A380, conhecido por superjumbo, o maior avião comercial do mundo, com dois andares, que foi aplaudido por passageiros, mas não conseguiu conquistar companhias aéreas suficientemente grandes para justificar os seus elevados custos.

“As receitas consolidadas aumentaram para 12,5 mil milhões de euros (face a 10,1 mil milhões no período homólogo em 2018), refletindo, principalmente, o maior número de entregas de aviões comerciais influenciado pelo aumento da produção”, indica também o grupo francês.

No total, a Airbus entregou 162 aviões comerciais no primeiro trimestre face a 121 no período homólogo em 2018.