Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, foi esta terça-feira suspenso por 90 dias pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol. O castigo resulta das críticas feitas pelo líder encarnado à arbitragem da meia-final da Taça da Liga com o FC Porto, em janeiro, nomeadamente ao responsável do VAR nesse encontro realizado em Braga, Fábio Veríssimo.

“O que se passou é algo que nos deixa bastante preocupados. Preocupados e de que maneira. Debaixo desta nuvem de fumo dos emails, do Mala Ciao e o que anda mais para aí, que muita gente já nos condenou na praça pública mas que o tribunal não nos vai condenar de certeza… Quando nós assistimos a um homem que está com câmaras de televisão à frente dele, que é árbitro e que não consegue distinguir se é fora de jogou ou não, se não consegue distinguir se há falta ou não no primeiro golo, esse homem não pode apitar mais! Quando, com uma televisão à frente, tem a lata de dizer ao árbitro para anular o primeiro golo do Benfica… Menos mal que depois o árbitro teve a coragem de o validar… Isto é algo que nos deixa cada vez mais preocupados. Um homem destes, com não sei quantas câmaras, não vê que não é fora de jogo nem consegue distinguir se há falta ou não no meio-campo. Hoje, na dúvida é fácil castigar o Benfica”, referiu o número 1 das águias na zona mista do Municipal de Braga, após a derrota por 3-1 que afastou os encarnados do encontro decisivo da competição com o Sporting.

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“Deixem-me comentar mais um caso curioso. Eu já fui ao Conselho de Arbitragem, tive a ousadia de dizer frontalmente ao seu presidente, José Gomes, que uma das culpas ou a principal culpa é deles porque basta ver o que se passou com a história dos emails, basta ver tudo o que se tem passado para vermos que determinados árbitros foram praticamente escorraçados da arbitragem, foram corridos da arbitragem. Nem sabemos o porquê. Hoje, eu sei e ele sabe que há árbitros que estão condicionados, árbitros e famílias que foram ameaçados.Sabem e não querem descobrir, não sei porquê. Alguma coisa se está a passar e começa a ser penalizador para nós, o que nos deixa preocupados e não podemos ter papas na língua”, acrescentou.

Em reação, o Benfica emitiu um comunicado através do seu site oficial onde destacou que irá recorrer da decisão para o Tribunal Arbitral de Desporto e falou em “decisão provocatória”, apontando ao comportamento de outros dirigentes do FC Porto.

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“Denunciamos a óbvia dualidade de critérios desta decisão comparativamente a outros processos, nomeadamente no que se refere a dois recentes processos em que estiveram em causa declarações do Diretor de Comunicação do FCP, que, face a idênticas exposições nos termos legais, foi objeto de diferente apreciação por parte dos relatores daquele órgão. Também denunciamos a permanente omissão de posições do Conselho de Disciplina da FPF face às constantes declarações de responsáveis do FCP como no recente exemplo do Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do clube, que considerou que tinha chegado o momento ‘para se fazer justiça pelas próprias mãos’. Reiterando uma postura daquele órgão de fingir que não ouve, lê ou sabe o que é dito nas mais diversas plataformas por responsáveis do nosso clube rival, ao contrário da perseguição oficiosa e constante de toda e qualquer pessoa ligada ao Sport Lisboa e Benfica”, salientou a missiva emitida pelos encarnados.

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“Esta decisão, nesta altura, fase decisiva das competições, tem claramente um carácter provocador e perturbador, por parte de um órgão (Conselho de Disciplina) pertencente à Federação Portuguesa de Futebol, completamente desnecessário e ao qual saberemos responder com a serenidade exigível, deixando a garantia a todos os milhões de sócios, adeptos e simpatizantes do Sport Lisboa e Benfica que nada nem ninguém nos fará desviar do nosso foco, que é a luta pela conquista do Campeonato”, rematou o comunicado publicado ao final da tarde.