Não será inocente o facto de a filial da Mini no Brasil ter voltado a falar de um projecto quase esquecido, o Mini Scooter E Concept. Foi no Salão de Paris de 2010 – sim, há nove anos – que a marca britânica deu a conhecer a sua primeira scooter eléctrica que, além de cativar pelo inconfundível design da marca, teria a particularidade de ser accionada via smartphone.

Na altura, alguns órgãos de informação conseguiram obter junto do fabricante a indicação de que este protótipo seria uma realidade por ocasião dos Jogos Olímpicos de Londres (2012), o que não se veio a verificar. Daí que seja curioso partir agora do Brasil a recuperação deste protótipo, com o director-geral da marca nesse mercado a sublinhar que a Scooter E pode ser um precioso aliado em prol de uma mobilidade mais sustentável e inovadora.

Mais que um produto, Mini é um sinónimo de como viver nos centros urbanos com estilo, sofisticação e de forma moderna. A mobilidade Mini entrega tecnologia e fun to drive de maneira consciente e respeitando o meio ambiente onde está inserida”, realça o responsável máximo da Mini Brasil, Rodrigo Novello.

A imprensa local, acreditamos nós que suportada por fontes credíveis, escreve que o concept pode tornar-se realidade, já em 2020. O que faria sentido, por diversas razões. Primeiro, porque a Mini está prestes a dar o pontapé de saída no desafio eléctrico, com a apresentação no Salão de Frankfurt (Setembro) da versão de produção do seu primeiro modelo eléctrico movido exclusivamente a bateria, o Mini Cooper SE.

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Mini eléctrico não chegou. E já está ultrapassado?

Segundo, porque as motos eléctricas tenderão a ganhar terreno no mercado, sendo que as que estão vocacionadas para um uso iminentemente citadino são as que têm maiores probabilidades de conquistar consumidores. Ora, é precisamente neste campo (da cidade) que se posiciona a Mini Scooter E. Mas há uma terceira vantagem, pois este protótipo consegue conciliar tuas tendências muito em voga, ao associar uma imagem rétro ao “último grito” da tecnologia.

Com uma estética perfeitamente em linha com o design que celebrizou a Mini, a scooter britânica herda uma série de detalhes importados dos carros da marca. É o caso, por exemplo, das luzes indicadoras de mudança de direcção, que remetem de imediato para o Mini clássico. Mas não só: também há um pouco do Countryman da primeira geração nesta moto eléctrica, que aqui encontrou espaço para integrar um grande farol arredondado.  E até a típica moldura da grelha frontal dos Mini é aqui replicada logo abaixo do emblema da marca.

O “contágio” visual estende-se ao painel de instrumentos, claramente inspirado no mostrador circular que se encontra ao centro do tablier dos automóveis do fabricante britânico que pertence ao grupo alemão BMW. Mas o aspecto mais interessante do painel de instrumentos da Mini Scooter é que, segundo a marca, permite encaixar um smartphone. Ao fazê-lo, o utilizador acciona automaticamente a moto, sendo que a partir do momento em que inicia marcha, o aparelho pode passar a funcionar como mais lhe convém. Ou seja, pode passar a fazer as vezes de um sistema de navegação GPS, do mesmo modo que servir como rádio ou para aquilo que originalmente foi concebido – telefone. Para tirar ainda mais partido das potencialidades desta solução, a Mini disponibiliza um capacete como os que a BMW já oferece, equipado com microfone, auriculares e conectável via Bluetooth.

Tecnicamente, a Mini não avança muitas informações, limitando-se a explicar que a sua primeira scooter integra um motor eléctrico na roda traseira. A potência não é fornecida, do mesmo modo que se desconhece qual a capacidade da bateria, com a marca a informar apenas que os acumuladores recorrem a células de iões de lítio compactas e recarregáveis em qualquer tomada convencional, recorrendo a um cabo com 5 metros de comprimento, que se arruma na traseira recolhendo automaticamente ao ser premido um botão.